
“Maria Helena Andrés é uma artista que revela uma carreira diversificada, pautada pela inquietação constante e pela busca de diálogos com o pensamento estético e as tendências artísticas de seu tempo. Esses livros preservam a memória e o legado deixado pela artista para as gerações futuras. Acreditamos que ambos atendem a artistas, pesquisadores, estudantes das artes, tanto os que admiram Maria Helena Andrés, quanto os que estudam a produção artística e o discurso da crítica em diferentes gerações que perpassam os séculos XX e XXI”, comenta Marília Andrés Ribeiro, proponente do projeto Coleção Centenária e diretora do Instituto Maria Helena Andrés.
Organizado pela professora de Yoga, Eliana Andrés Ribeiro, com o prefácio de Maria Do Carmo de Freitas Veneroso, Trajetória artística aborda as múltiplas facetas de Maria Helena Andrés: artista, pensadora, educadora, mãe, cujo percurso é marcado pelo humanismo e por profunda espiritualidade. “São traços essenciais de sua obra, que acompanho e admiro há muito tempo”, comenta Maria do Carmo, autora do Prefácio, que desde a adolescência mantém contato intenso com a artista. “Sempre fui inspirada por ela. Trata-se de uma pessoa generosa, inteligente, cativante pelo seu saber e agir, cuja vida e obra estão intimamente conectadas”, afirma.
No livro, estão mencionadas participações da artista nas Bienais de São Paulo, que, nas palavras de Maria Helena, trouxeram “um campo de estudos e reflexões sobre a arte”. A artista visual seria marcada também por nomes como Max Bill, que influenciou o concretismo brasileiro, e, mais tarde, nos anos 1960, em viagem aos Estados Unidos, por artistas pertencentes ao movimento Expressionista abstrato, ou Action Painting.
A aproximação com o Oriente se dá na década de 1970 e marca definitivamente sua trajetória. “Maria Helena entra em contato com a filosofia oriental e autores como Lao Tsé, Swami Vivekananda e Jiddu Krishnamurti. É uma fase em que sua obra plástica se volta, cada vez mais, para o mundo interior da artista, o que reverbera também no trabalho como pensadora, resultando na autoria do livro como Os Caminhos da Arte”, contextualiza Eliana.
Para o livro Fortuna Crítica, organizado pelas pesquisadoras e historiadoras da arte Marília Andrés Ribeiro e Nelyane Gonçalves Santos, com prefácio de Rita Lages Rodrigues, foi realizado um significativo levantamento de artigos de nomes da crítica nacional, como Antônio Bento, Frederico Morais, Olívio Tavares de Araújo, Márcio Sampaio, Morgan da Motta, Roberto Pontual, Agnaldo Farias, Fernando Cocchiaralle, Clarival do Prado Valladares, Walmir Ayala, Walter Sebastião e Guilherme Bueno. Entre as mulheres, há contribuições de Mari’Stella Tristão, Celma Alvim, Célia Laborne Tavares, Cristina Ávila, Bárbara Ariston, Marília Andrés Ribeiro e Ana Clara Brant. “Essa compilação é um importante dossiê de como a crítica de arte se constituiu no Brasil de meados do século XX às primeiras décadas do XXI”, comenta a autora Marília Andrés Ribeiro.
Os textos falam da formação da artista, sua produção, as transformações da forma, do gesto, do seu fazer, versando sobre a artista e sua obra. Já as imagens foram selecionadas pela diversidade de formas, cores, suportes, fases, em diálogo com os textos críticos publicados em jornais e catálogos de exposição, sobretudo em Belo Horizonte, mas também no Rio de Janeiro e São Paulo.
Atualmente, Maria Helena Andrés possui obras em acervos públicos, entre eles: Museu da Pampulha, Museu Mineiro e Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte; Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins; Prefeitura Municipal e Museu de Arte Moderna, em São Paulo; Museu Nacional de Belas Artes e Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro; Fundação Cidade da Paz, em Brasília; Phillips Collection, Brazilian American Cultural Institute, em Washington DC (EUA), The Museum of Fine Arts, em Houston (EUA). Na Espanha, a artista integra o acervo do Institut Valencia d’Art Moderne, em Valencia.
Publicou os livros Vivência e arte (Agir, 1966), Os caminhos da arte (Vozes, 1977 e C/Arte, 2000 e 2015), Encontro com mestres no oriente (Luz Azul, 1993), Maria Helena Andrés - depoimento (Coleção Circuito Atelier, C/Arte, 1998); álbum OrienteOcidente: integração de culturas (Morrison Knudsen, 1984) e Maria Helena Andrés (C/Arte, 2004).
Serviço:
- Lançamento de livros que abordam a trajetória da artista visual
- Maria Helena Andrés, e a produção crítica sobre sua obra
- data: 4 de maio, sábado
- Horário: 11h às 13h
- Local: Quixote Livraria Café e Arte (Rua Fernandes Tourinho, 274 – Belo Horizonte / MG)
- Entrada gratuita
- Sessão de autógrafos e venda de livros à preços reduzidos, no lançamento.