Ouvir especialistas do mercado editorial e estreitar relações de uma maneira informal. Esses foram os principais objetivos da 3ª edição da Conferência de Livreiros de Sharjah, que reuniu em dois dias, 550 profissionais entre livreiros, editores e distribuidores, de 76 países.
Repetindo o formato das mesas redondas – que sem dúvida ajudam no networking e na troca de ideias – a conferência iniciou com a presença da Sheika Bodour Al Qasimi, presidente da Sharjah Book Authority, e que em seu discurso frisou a importância e o poder da colaboração entre todos os elos da cadeia do livro. “Só trabalhando juntos poderemos assegurar o futuro da nossa indústria”, disse.
Bodour também pediu para que editores, distribuidores e livreiros se mantenham abertos e interligados à medida que a indústria do livro enfrenta rápidas mudanças tecnológicas, nas preferências dos consumidores, intensa concorrência online e pressões econômicas.
Abraçando mudanças e novas tendências

Com uma história que iniciou em 1841, a rede de livrarias italiana conta atualmente com 267 lojas espalhadas pelo país. O alcance é tão grande que um a cada dez livros na Itália é vendido pela rede. “Nossa missão é disseminar a cultura e trazer as pessoas para perto dos livros”, resumiu Andrea.
A Giunti – que também tem um braço na distribuição – abre em torno de 15 a 20 livrarias por ano e conseguiu criar uma comunidade entre seus leitores: possuem 4,2 milhões de membros no cartão de fidelidade da rede.
“A venda de livros é também um negócio de pessoas”, frisou Andrea quando perguntado sobre o segredo da construção dessa comunidade de leitores. “Investimos muito em algo que não custa nada e que traz muito retorno: gentileza. A gentileza dos nossos funcionários traz as pessoas para as lojas. Seja gentil com seus clientes”, completou o executivo. A Giunti conta com mais de 1,2 mil funcionários.

O ponto alto da conversa foi a apresentação da Giunti Odeon, uma livraria, cinema e café, inaugurada em novembro de 2023.
Ocupando o antigo Palazzo dello Strozzino, que em 1914 se tornou o cinema Odeon, a rede reformou o espaço, mas manteve suas características originais. Lá, os clientes compram livros durante o dia e assistem filmes a noite. “A ideia é trazer filmes de diferentes países, chamar orquestras, músicos e realizar uma programação diversa”.
“As livrarias não devem ser tímidas. Temos que investir no novo”, disse. “Nós não nos importamos se o píblico comprar ou não, nós queremos aproximar as pessoas dos livros, queremos que elas conheçam os livros”, finalizou.
Outro ponto que merece atenção foi a fala de Andrea sobre streamings. "Eu amo a Netflix", disse. Andrea explicou sua fala citando o crescimento do catálogo do streaming em relação a filmes e séries estrangeiros. "Agora mais filmes e séries de diversos países estão sendo feitos e divulgados por essas plataformas. Isso nos aproxima de outras culturas e ideias, nos dá o senso de curiosidade. Um exemplo disso são os diversos filmes e séries coreanos lançados recentemente. Com todo esse sucesso, mais pessoas estão interessadas na literatura coreana e aumentando as vendas", explicou.