Marcelo Gleiser propõe caminho para enfrentar a emergência climática enquanto é tempo
PublishNews, Redação, 13/03/2024
Físico, professor e pesquisador participa de lançamento de 'O despertar do universo consciente' (Record) em São Paulo, no Unibes Cultural, nesta quinta-feira (14), às 19h

O físico, professor e pesquisador Marcelo Gleiser está no Brasil para lançar O despertar do universo consciente (Record). Gleiser participou do programa Roda Viva, fez um evento no Rio de Janeiro, na Casa Firjan, se prepara para um lançamento em São Paulo, no Unibes Cultural (Rua Oscar Freire, 2500, São Paulo / SP), nesta quinta-feira (14), às 19h, em um bate-papo com Sergio Sacani.

No livro, Gleiser defende a ressacralização da relação do ser humano com a natureza e apresenta o conceito do biocentrismo, em que o desenvolvimento privilegie a vida em todas as suas formas. A ideia é fundamentada em um ensaio que percorre a história do pensamento ocidental desde os pre-socráticos e Nicolau Copérnico até os últimos estudos científicos sobre a possibilidade de vida extraterrestre, passando por Ailton Krenak e Thich Nhat Hanh.

Na quarta e última parte da obra, Gleiser defende um novo imperativo moral baseada neste novo conceito: “O biocentrismo é um princípio ético para uma humanidade consciente de seu papel planetário e cósmico, uma visão que celebra e protege a vida em todas as suas manifestações. Essa é a minha proposta para assegurar o futuro do nosso projeto de civilização e o bem-estar da biosfera”.

Sem se afastar do rigor científico, O despertar do universo consciente (Ed. Record) convida a sociedade civil e a comunidade científica a uma reflexão urgente e propõe uma saída para salvar o planeta enquanto ainda é tempo.

Para o autor, é preciso superar os efeitos da teoria que comprovou que a Terra não é o centro do universo para que o homem consiga lidar com os efeitos da emergência climática.

“Esta é, resumidamente, a essência da visão de mundo copernicana: nosso planeta não é especial, sendo apenas um mundo rochoso em órbita em torno de uma estrela ordinária na imensidão do universo. Como veremos, essa visão está profundamente conectada com a crise de identidade que ameaça o futuro da nossa espécie e o das várias outras com quem dividimos este planeta”, diz, em nota da editora.

Gleiser valoriza em sua argumentação noções de culturas ancestrais no que diz respeito à relação que estabelecem com o planeta ao seu redor, a forma, por exemplo, como tratam florestas, vales, montanhas e rios como seus parentes. “O laço profundo e inseparável entre os humanos e a natureza é a raiz da identidade cultural indígena, o que define, portanto, o seu universo moral. As plantas e os animais têm o mesmo direito à terra que o homem. Não estamos acima ou abaixo dos animais. Para as culturas indígenas, a ideia central é de pertencimento: nós e todas as criaturas vivas fazemos parte da terra, que é sagrada. A terra não pertence às pessoas; as pessoas pertencem à terra. Essa hierarquia moral – a natureza acima dos homens – define como as culturas indígenas se relacionam com a natureza”.

Marcelo Gleiser é cientista de renome mundial e professor titular de filosofia natural e de física e astronomia na Dartmouth College. É autor, entre outros livros, de O caldeirão azul, A ilha do conhecimento, Criação imperfeita, A dança do universo, O fim da Terra e do Céu e A simples beleza do inesperado, os três últimos vencedores do Prêmio Jabuti. Foi articulista da Folha de S. Paulo e participa frequentemente de documentários para a TV no Brasil e no exterior. Em 2019, foi o primeiro latino-americano a receber o Prêmio Templeton, considerado o “Nobel da espiritualidade”, um dos mais prestigiosos do mundo.

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[13/03/2024 09:53:28]