Zicartola: Política e samba na casa de Cartola e D. Zica (Cobogó, 168 pp, R$ 72) conta a história do lendário Zicartola, casa de samba pioneira de Cartola, grande sambista da Mangueira, e sua esposa, dona Zica, cozinheira e antiga pastora da verde e rosa. Em menos de dois anos funcionando em um sobrado da Rua da Carioca, 53, entre os anos de 1963 e 1965, o ambiente criado pelo casal influenciou importantes acontecimentos culturais da turbulenta década de 1960. Ali, dona Zica comandava a cozinha e Cartola cuidava da programação musical. Foi no palco do lugar em que ressurgiram sambistas como Ismael Silva, Nelson Cavaquinho e Zé Kéti, e nasceu uma nova geração do gênero, com nomes como o de Paulinho da Viola, por exemplo, que recebeu no Zicartola seus primeiros cachês. Com filas quilométricas que se estendiam até a Praça Tiradentes, a casa logo se tornou ponto de encontro, em tempos de agitação que antecederam o golpe de 1964. Com histórias do cotidiano e dos bastidores deste local épico, depoimentos de nomes como Dona Zica, Carlos Lyra, Elton Medeiros, Ferreira Gullar, Paulinho da Viola, Nelson Sargento, Zicartola: Política e samba na casa de Cartola e D. Zica, de Mauricio Barros de Castro, traz ainda imagens dos convites, do cardápio da casa, fotos de arquivo, além de dados sobre a recepção do estabelecimento na imprensa da época, mostrando que o Zicartola já dava o que falar e apontava os motivos para entrar para a história.