No livro Os segredos das palavras (Unesp, 118 pp, R$ 49 – Trad.: Gabriel de Ávila Othero e Sergio de Moura Menuzzi), por meio de diálogos, são abordados tópicos como linguagem, linguística, história da ciência e a relação entre linguagem e cérebro. O autor Andrea Moro questiona Chomsky sobre a crescente empolgação com a inteligência artificial – a qual este percebe como amplamente exagerada pelo Vale do Silício –, os recentes avanços na neurociência e o porquê das descobertas dos anos 1950 não terem sido integradas à psicologia da época, bem como sobre a aquisição de linguagem pelas crianças. Em contrapartida, Chomsky pede a Moro para elucidar seus experimentos, os quais revelam a existência de línguas antes pensadas como impossíveis para o cérebro humano, desvendando assim segredos profundos da mente. “O que restará da linguística contemporânea daqui a quinhentos anos?”, pergunta-se Moro. “Podemos não ter uma resposta clara, mas, se estamos em posição de formular novas questões para o futuro, para a essência da ciência, certamente devemos isso à visão revolucionária de Noam Chomsky sobre a linguagem.” Visão à qual, agora, os leitores lusófonos podem ter acesso sob uma perspectiva atual e intensa.