
De acordo com o diretor da Casa, Marcelo Tápia, a reforma buscou evidenciar o projeto original, restaurando parcelas onde fosse possível ou recriando outras, como papéis de parede em alguns cômodos. Adaptações de acessibilidade em acessos e banheiros, por exemplo, também ganharam atenção especial. Segundo o diretor, a Casa vai manter a sua programação dedicada à literatura, ao mesmo tempo em que reforça seu papel de conservação da memória e do patrimônio.
O Museu reabre com duas exposições: a inédita “Vivências do Novo” (no pavimento térreo) apresenta instalações com imagens históricas da Avenida Paulista e do Museu "como testemunha das transformações urbanas, culturais e artísticas de São Paulo". Já a segunda parte, "Dimensão Cidade", com a curadoria de Paula Borghi, exibe, no andar superior, obras de diversos artistas contemporâneos, como Augusto de Campos, Bruno Baptistelli, Shirley Paes Leme, Thiago Honório e Xadalu Tupã Jekupé.
"A Casa das Rosas tem forte vocação de memória das transformações urbanas, como testemunha das transformações da Paulista", disse o diretor da instituição na coletiva de imprensa que apresentou a reforma nesta sexta-feira (27). "Aqui ocorre uma convergência de passado e presente e do que está por vir, e ao mesmo tempo é um espaço aglutinador de diversidades que convivem neste ambiente da Paulista", afirmou.
A secretária de Cultura, Economia e Indústrias Criativas, Marilia Marton, afirmou que a Casa é a memória da época em que o Estado de São Paulo deixa de ser um vilarejo para se tornar um grande protagonista econômico do país. "O café transforma São Paulo em Estado impulsionador econômico do país, e essa casa e essa Avenida são um marco disso. Por meio de equipamentos como este, contamos nossa história, o que construímos e as nossas identidades", disse.
Já para o diretor da Poeisis – organização social que gerencia a Casa das Rosas – Clovis Carvalho, a preocupação agora é uma só: "como vamos nos organizar para receber a multidão que aqui estará presente nos domingos", comentou.
A reforma
Segundo a instituição, outro foco do restauro foi a reparação de problemas identificados na estrutura física do imóvel, como rachaduras, infiltrações e melhoria nos sistemas elétricos e hidráulicos.
Entre as peças que foram recuperadas no desenho original, destacam-se as gárgulas. Algumas chegaram a ser totalmente refeitas por meio de moldes confeccionados a partir de partes das peças originais.

Além disso, o elevador foi adequado para pessoas com mobilidade reduzida e agora dará acesso também ao subsolo da Casa, onde se encontra o Acervo Haroldo de Campos, composto pelos mais de 20 mil volumes que pertenciam à biblioteca do poeta, patrono do Museu.
O museu Casa das Rosas é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciada pela Organização Social de Cultura Poiesis, e o seu restauro foi custeado pelo Governo do Estado de São Paulo. A obra foi executada pela empresa Estúdio Sarasá Conservação e Restauração.
Reabertura da Casa das Rosas
Quando: 28 de outubro, sábado, a partir das 15h
Onde: Avenida Paulista, 37 - Bela Vista, São Paulo - SP
Funcionamento: terça-feira a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
Jardim do museu aberto de segunda a domingo, das 7h às 22h
Programação gratuita
Exposição “Vivências do Novo”
Período: 28/10 a 13/12/2023
Curadoria: Equipe do museu Casa das Rosas (primeira parte da mostra, no térreo) e Paula Borghi (segunda parte da mostra, no piso superior – “Dimensão Cidade”)