Segundo Ana Maria, a cadeira 41 é a que não está ocupada por ninguém, é a cadeira dos que ficaram de fora, por motivos variados; ou porque não se candidataram, ou não se elegeram, ou naquele momento as circunstâncias socioculturais do país não permitiam que entrassem.
“É uma revisão das nossas lacunas, de alguns nomes que mereceriam estar conosco e eu pessoalmente gostaria de entrassem. Então eu assumo a escolha dos que chamo para serem focalizados aqui. Cada ano convido pessoas diferentes para falar sobre o ‘ocupante que não ocupou a cadeira’. São pessoas com estudo, ou afinidade, que saibam coisas interessantes sobre eles”, explica Ana Maria.
Em agosto serão cinco conferências presenciais na sede da ABL (Av. Pres. Wilson, 203 - Rio de Janeiro / RJ). O ciclo abre no dia 1º, às 16h, com Josué de Castro e sua Geografia da fome. “A fome é uma realidade sempre dolorosamente presente, atual até hoje. Ele foi o primeiro a denunciar e estudá-la de maneira muito forte. Foi também o primeiro brasileiro cujo nome foi ventilado para o Nobel”, justifica a Acadêmica.
Para falar sobre ele, Ana Maria Machado convidou o escritor Itamar Vieira Junior, autor de Torto Arado. “Itamar é geógrafo e sua tese de mestrado foi sobre Josué de Castro." Para se inscrever, é só clicar aqui.
No dia 8, Rubem Fonseca, dos maiores romancistas brasileiros, especificamente no século XX, terá sua obra revisitada por Marçal Aquino. “Rubem teria todas as condições de ocupar uma cadeira ao nosso lado”, diz ela.
Cecilia Meirelles é a terceira autora do ciclo, dia 15. “Já falamos dela aqui na ABL em outros assuntos e novamente vamos trazê-la, para ser vista em relação ao conjunto da sua obra". O escritor e doutor em letras pela Unicamp Miguel Sanches Neto vai esmiuçar a obra da poeta.
Outra mulher no ciclo deste ano é Nise da Silveira, “maravilhosa brasileira a quem devemos tanto na história e na cultura brasileira”, segundo Ana. O acadêmico Marco Lucchesi trabalhou com ela e vai falar sobre a autora.
A última conferência, sobre o poeta negro Cruz e Souza, ficará a cargo de Godofredo de Oliveira Neto. “Vem estudando a obra dele há muito tempo, é um dos Acadêmicos mais recentes e vai nos trazer toda sua análise brilhantemente delicada e aguda sobre a obra tão importante do poeta negro Cruz e Souza”, justifica Machado.
