A velhice (re)inventada
PublishNews, Redação, 10/07/2023
Obra de Adilia Belotti traz contos sobre mulheres velhas vivendo em São Paulo; uma obra na qual a velhice e o espaço urbano são reinventados

Em As velhas (Jandaíra, 128 pp, R$ 53), Adilia Belotti reúne 12 contos cujos títulos remetem às mulheres que são suas protagonistas. Todas são mulheres velhas, vivendo em São Paulo. Algumas se conhecem, outras apenas se cruzam nas ruas da cidade, às vezes formam vínculos misteriosos, imersas em seus cotidianos. Há a lembrança do período inicial da pandemia de Covid-19, mas o protagonismo é da cidade de São Paulo, que evidencia uma velhice que está sendo (re)inventada e não se aparta do espaço público, da agitação urbana, do transporte. Uma velhice que interage e sente a vida com intensidade. As narrativas falam de velhas que carregam consigo as jovens que foram um dia: urbanas, apressadas, transitando entre um real que de repente, em algum momento a partir da quinta década de vida, perde os contornos conhecidos, e um imaginário que vai ganhando tessitura. O livro é ambientado na cidade de São Paulo, que ganha protagonismo com suas ruas, sua paisagem urbana, seus espaços comuns e cotidianos, ao mesmo tempo que incorpora as protagonistas e mostra que elas também fazem parte desse cenário urbano e da agitação da cidade, não aceitam a imposição de uma velhice passiva e que muitas vezes sofre com estereótipos e preconceitos. A capa é ilustrada por Mariana Coan, com projeto gráfico da Doroteia Design.

[10/07/2023 07:00:00]