Narrativas da infância africana
PublishNews, Redação, 16/05/2023
Com uma leitura afrocentrada, a autora confronta o arcabouço teórico da autobiografia e da autoficção com os ensinamentos das filosofias africanas

Na companhia de um mais novo: funções do narrador-criança em dois romances africanos (Letramento, R$ 48) analisa as narrativas de infância Bom dia camaradas, do autor angolano Ondjaki, e Meu pequeno país, do autor burundiense Gaël Faye. A autora Marina Candido busca oferecer uma leitura mais afrocentrada de ambas as obras, e confronta o arcabouço teórico da autobiografia e da autoficção com os ensinamentos das filosofias africanas que rejeitam a ideia individualista e autocentrada de tais conceitos. A curiosidade intelectual da pesquisadora a leva a formular indagações provocadoras e pertinentes: será que duas narrativas literárias, geradas por escritores africanos, deveriam ser analisadas utilizando-se conceitos retirados da teoria literária do Ocidente? Como analisar as relações entre literatura, história e política do ponto de vista dos escritores, leitores e outros agentes culturais africanos? E ainda, e muito importante, por que os escritores optaram pelo ponto de vista do narrador-criança? Tais inquietações a levaram a desafiar critérios já estabelecidos por teóricos consagrados na área da teoria e crítica literária.

[16/05/2023 07:00:00]