O teatro da psicanálise
PublishNews, Redação, 14/12/2022
Em sua nova obra, Jean-Michel Vives revela o teatro particular de cada neurótico e volta a Freud para elucidar as cenas que se repetem nos dramas humanos

Quando se pensa em psicanálise, logo vem à mente o divã sobre o qual Freud deitava seus pacientes para livrá-los de seus demônios interiores. E se o pai da psicanálise, no entanto, tivesse criado mais do que isso? E se ele tivesse inventado um palco? Esse é o mote que embala o novo livro do psicanalista francês Jean-Michel Vives, O teatro do inconsciente (Aller, 160 pp, R$ 72,80). Em um percurso erudito, mas fluido, Vives conduz o leitor pela história do teatro barroco e seus efeitos de ilusão; pela trajetória de um dos discípulos de primeira hora de Freud, o crítico de música Max Graf – o pai do Pequeno Hans –; resgata um texto pouco lido de Freud, Personagens psicopáticos no palco; apresenta alguns dos avanços teóricos de Lacan e termina com um caso clínico ilustrativo de suas teses. Vives remonta às primeiras pacientes de Freud para mostrar também como, desde os primórdios, o encontro analítico traz toda a intensidade de um jogo teatral. Jogo em que personagens do passado são interpretados, inconscientemente, em um presente carregado de intensidade: a transferência.

[14/12/2022 07:00:00]