Um lugar de acalanto para as mulheres negras
PublishNews, Redação, 21/11/2022
Publicado pela Jandaíra, livro de Midria convida mulheres negras e outras pessoas a buscarem o afeto como paradigma, em detrimento da dor; obra será lançada no dia 23/11, durante a Flip

Quando se apresenta nas competições de poesia em slams em todo o Brasil, Midria esbraveja, ironiza, discute a condição de mulher negra, o colorismo e o racismo. Mas desde a sua entrada nos slams, ela questiona: onde fica o lugar do acalanto para as mulheres negras? O questionamento abriu espaço para a pesquisa dessa poeta, slammer e cientista social e resultou no livro Cartas de amor para mulheres negras (Jandaíra, 80 pp, R$ 45). Escrito durante uma residência artística autônoma na Terra Afefé, localizada na cidade de Ibicoara (BA), o livro sintetiza uma visão importante de como a autora toca o mundo: buscando o afeto como paradigma, em detrimento da dor. Quando perguntadas sobre como se descobriram negras em uma matéria para o Buzzfeed, diversas pessoas responderam que descobriram após sofrerem um episódio de racismo. Se o que define as pessoas negras continuar a ser a dor do racismo, o caminho coletivo está fadado ao fracasso. Por isso, Midria acredita que as pessoas negras precisam se cuidar, se curar como coletivo e como subjetividades, pois não há espaço para revolução quando se está adoecida, deixando pedaços pelo caminho. A obra será lançada nesta quarta (23), durante a Flip, na sequência da mesa de abertura do evento, que conta com a participação da autora, ao lado de Ana Flávia Magalhães Pinto (DF) e Fernanda Miranda (BA).

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[21/11/2022 07:00:00]