IBGE aponta queda de vendas no terceiro mês seguido
PublishNews, Thales de Menezes, 15/09/2022
Pesquisa Mensal do Comércio registrou declínio de 0,8% em julho, na comparação com junho: setor de 'Livros, jornais, revistas e papelaria' apresentou redução de 2% no período

Livraria da Tarde | © Leonardo Neto
Livraria da Tarde | © Leonardo Neto
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a publicou a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) referente ao mês de julho. As vendas apresentaram recuo pela terceira apuração seguida. O volume foi 0,8% menor na comparação com o mês de junho. No acumulado de 2022, o varejo apresenta variação positiva de 0,4%. Nos últimos 12 meses, a queda acumulada é de 1,8%.

Em junho, o setor de “Tecidos, vestuário e calçados” tinha registrado o pior desempenho entre as dez categorias apuradas, com queda de 5,4%. Em julho, essas atividades continuam liderando a queda no volume de vendas, com números ainda mais graves. O declínio registrado agora é de 17,1%. O setor de “Livros, jornais, revistas e papelaria” teve uma queda de 2% em relação ao mês de junho.

O setor de “Combustíveis e lubrificantes” foi o único a mostrar alta nas vendas em julho, apontando elevação de 12,2%. Na apresentação do levantamento, o IBGE destaca que esse resultado específico é, certamente, fruto da política de redução do preço dos combustíveis promovida pelo governo, fazendo esse item ter uma deflação de 14,15% em relação no IPCA de julho.

Cristiano Santos, gerente responsável pela pesquisa, diz que a terceira queda seguida, após alta registrada nos quatro primeiros meses do ano, é reflexo da retomada de uma trajetória irregular detectada desde o período mais grave da pandemia. Maio, junho e julho acumulam um recuo de 2,7%, e esses resultados deixam o comércio praticamente no mesmo nível do período pré-pandemia. Em comparação a fevereiro de 2020, a variação é de 0,5%. “Esse patamar já esteve muito mais alto. Em julho de 2021, apresentou números 5,3% acima de fevereiro de 2020”, afirma Santos.

Na comparação com julho de 2021, “Livros, jornais, revistas e papelarias” registrou um aumento de 11,2%, se posicionando entre as três atividades que apresentaram alta, junto com “Combustíveis e lubrificantes” (17,4%) e “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria” (4%).

A influência da pandemia

Ampliando as variações para todo o período depois do início da pandemia, tomando como base os resultados de fevereiro de 2021, último mês antes da influência da chega do coronavírus, o comércio varejista apresenta alterações muito irregulares entre suas categorias. Algumas atividades registram ótimos aumentos, como “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria” (20,7%) e “Combustíveis e lubrificantes” (11,3%). Apontaram alta também os setores de “Material de construção” (2,3%) e de “Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo” (2,2%)

Já o setor de “Livros, jornais, revistas e papelaria” exibe uma queda acentuada, de 37,2%. Outras reduções impactantes desde o começo da pandemia estão registradas também em “Tecidos, vestuário e calçados” (-25,6%), “Móveis e eletrodomésticos” (-18,4%) e “Veículos e motos, partes e peças” (12,4%).

A Pesquisa Mensal de Comércio referente ao mês de julho de 2022 pode ser acessada neste link.

Tags: IBGE, PMC
[15/09/2022 10:00:00]