
Loyola Brandão disse que o que o encanta na obra de José J. Veiga é “o insólito, a surpresa, o espanto, a imaginação, a coragem de apresentar tudo isso como coisas normais”. Autor de cerca de 19 livros e vencedor três vezes do Jabuti, Loyola Brandão aponta que a classificação da literatura de J. Veiga não é interessante para os leitores. “Em lugar de usufruir, delirar junto e assimilar as invenções e surpresas de Veiga, os teóricos querem classificar, buscam explicar, clarificar. Para quê? Para quê? É literatura. Muita gente - eu inclusive - considera normais todos aqueles momentos surpreendentes, não normais, que me encantam. Seja realismo mágico, ou fantástico, ou absurdo, são realidades para ele, para os personagens”, diz o acadêmico.
A obra de José J. Veiga apresenta realismo mágico, regionalismo, visão realista, nonsense e a crítica da realidade brasileira, ironia e crítica social. "O fato de ter passado seus primeiros anos no interior de Goiás é determinante nas temáticas de seus livros. “Poucos acreditam que o campo, a vida ali, as crendices e religiões, os costumes são absolutamente fantásticos, surpreendentes. Há coisas que acontecem ali que fogem ao entendimento. Do mesmo modo que chegar o computador, o celular, a internet, as redes sociais, os hackers, a inteligência artificial, ou seja, como coisas normais de um mundo inexplicável que existe além do entendimento 'normal'”, afirma Loyola.
Ele indica alguns livros para se começar a entender e apreciar a obra de José J. Veiga: Além dos inevitáveis, Sombras de Reis Barbudos, A hora dos ruminantes e Quando a Terra era redonda.
A conversa começa hoje, às 20h e pode ser acompanhada pelo canal do YouTube do Minas Tênis Clube.