Sobre as dificuldades de lidar com os próprios desejos
PublishNews, Redação, 28/07/2022
Escrito por Diogo Bercito, 'Vou sumir quando a vela se apagar' é um romance sobre amor, identidade e autodescoberta

Yacub passa os dias na companhia de Butrus no vilarejo da Síria onde vivem. Os dois são inseparáveis e se deixam encostar casualmente enquanto colhem folhas de uva ou fumam no gramado, mas uma agonia crescente toma conta de Yacub quando essa proximidade é ameaçada. Butrus recebe um convite do tio para emigrar para o Brasil e aproveitar as muitas oportunidades de um futuro próspero no país. A perspectiva do distanciamento não é forte o suficiente para que os dois verbalizem seus sentimentos, mas permite que finalmente se toquem. O ato consumado, no entanto, é seguido de uma tragédia. Esse é o ponto de virada da narrativa, que passa então a ter como cenário a vibrante São Paulo do início da década de 1930, uma cidade em transformação, ponto de atração de pessoas de diferentes partes do mundo. Em um ambiente marcado pela vontade de se estabelecer e pela infinidade de possíveis futuros, o passado cisma em se fazer presente para o imigrante. Vou sumir quando a vela se apagar (Intrínseca, 216 pp, R$ 54,90), é o romance de estreia de Diogo Bercito. Uma trama atemporal, sobre as dificuldades de lidar com os desejos e a capacidade de tomar para si o próprio destino.

[28/07/2022 07:00:00]