Um conto atemporal sobre o ato de crescer e amadurecer
PublishNews, Redação, 27/06/2022
O Moleque Ricardo aborda a adolescência do protagonista que leva o nome da obra e o seu choque de realidade ao deixar sua vida no engenho e ir para Recife

Narrado em terceira pessoa, O Moleque Ricardo (Global, 304 pp, R$ 59) aborda a adolescência do protagonista que leva o nome da obra, personagem também recorrente do Ciclo da Cana-de-Açúcar de José Lins do Rego. Anteriormente, Ricardo também aparece em Menino de Engenho (1932), Doidinho (1933), Banguê (1934) e Usina (1936) – sendo que ele é o centro da história do último, que explora sua vida adulta. Repleto de transições, tanto de forma econômica quanto social, O Moleque Ricardo tem uma narrativa imersiva e ambientação impecável, como de costume nos livros de José Lins do Rego. A jornada começa aos seus 16 anos, quando ele se sente seduzido pelo apito do trem para a capital. Sem conseguir evitar sua vontade de conhecer o mundo, o jovem muda-se para Recife e deixa sua vida no engenho de Santa Rosa – onde nasceu e cresceu. Regado por impetuosidade e experimentação, o menino tem um grande choque de realidade. Apesar de ser uma obra com forte regionalismo, a experiência do personagem com preconceito racial e sua vivência na miséria é retratada de forma certeira, explorando os nuances complexos de uma vivência extremamente comum para o povo brasileiro, naquela época e hoje. Como resultado, a jornada de Ricardo se transforma em um conto atemporal sobre o sentimento deslocador perpetuado pelo ato de crescer e amadurecer. Esta edição tem capa ilustrada por Mauricio Negro.

Tags: ficção, Global
[27/06/2022 07:00:00]