Estudo mapeia impacto da pandemia no consumo de conteúdos digitais
PublishNews, Redação, 24/06/2022
‘Digital Consumer Book Barometer’, realizado pela Bookwire e pelo consultor Rüdiger Wischenbart, aponta ainda que o preço dos livros digitais aumentou significativamente em todos os territórios analisados, com exceção do Brasil

Relatório produzido por Rüdiger analisa que a pandemia resultou em inúmeras mudanças e transformações que vieram para ficar | © Aleksandravicius / Shutterstock
Relatório produzido por Rüdiger analisa que a pandemia resultou em inúmeras mudanças e transformações que vieram para ficar | © Aleksandravicius / Shutterstock
O consultor austríaco Rüdiger Wischenbart publicou a nova edição do seu Digital Consumer Book Barometer, estudo que, desde 2018, oferece análises detalhadas sobre o consumo do segmento no Canadá; Alemanha, Áustria e Suíça; Itália; Espanha; Brasil e México. Os dados do estudo foram fornecidos por distribuidoras e agregadas, incluindo a Bookwire, De Marque, edigita e Libranda.

Na edição desde ano, além de analisar o crescimento do digital – e-books e audiolivros – e os modelos de entrega e consumo, o estudo também mapeia o impacto da pandemia de Covid-19 nesses setores, suas tendências e novos padrões de consumo.

Os últimos dois anos apresentaram um crescimento notável em todos os segmentos dos mercados de livros digitais, liderados principalmente pelo consumo de audiolivros, e com o streaming mostrando o aumento mais acentuado. Influenciado pela pandemia, o segmento digital sofreu mudanças estruturais na forma como é consumido, o que inclui vendas por download, os modelos de assinatura, streaming e empréstimos em bibliotecas públicas.

Os negócios que oferecem aos consumidores “acesso contínuo” também ganharam popularidade e os gêneros Infantil e Juvenil, Não Ficção e Educacional se expandiram. “Em todos os mercados e em todos os formatos, exceto para Brasil, os preços médios aumentaram, algumas vezes compensando a queda no volume de vendas de downloads”, reporta o consultor.

Rüdiger analisa também que a mudança mais relevante a se observar, no longo prazo, é que os modelos de entrega contínuos e “orientados pelo acesso” ganharam força e, ao mesmo tempo, novas categorias de gênero são adotadas pelos consumidores, superando o preconceito inicial de que os e-books eram bons apenas para leitura fácil, como uma distração.

A nova edição do estudo acompanha o “ciclo de vida” do consumo de e-books e audiolivros nos últimos anos e compara ainda a relevância dos lançamentos versus os livros de fundo de catálogo.

Evolução das vendas

O Barometer analisa que o “crescimento do digital veio para ficar”, movimento que já vinha ocorrendo desde 2019, antes da pandemia e que teve um maior pico durante 2020, quando o mundo estava em quarentena. Em 2021, mesmo com um declínio em relação ao ano anterior, as vendas se mantiveram maiores do que antes da pandemia.

Livros digitais no Brasil

Nos últimos anos, o Brasil viu o consumo de livros digitais crescer e a pandemia, nesse caso, foi um acelerador. Rüdiger analisa que nos e-books e ainda mais nos audiolivros, o crescimento é moldado por uma mistura de assinatura e streaming. O segundo trimestre de 2020 registrou o maior número de downloads desde o início do estudo e, assim como observado nos outros países analisados, 2021 manteve números melhores do que 2019, pré-pandemia.

Sobre os gêneros, Não Ficção e Educacionais são predominantes – padrão também visto no barômetro de 2021. “Juntas, essas duas categorias formam um receptáculo para segmentos muito populares de livros religiosos, além livros sobre desenvolvimento pessoal e autoajuda”, analisa. Ficção aparece em terceiro lugar, tendo ganhado importância nos últimos anos, e em quarto, Romance.

As ofertas de baixo custo também são mais populares no mercado brasileiro. Vale ressaltar que os preços aumentaram em todos os territórios analisados pelo estudo, exceto no Brasil.

Audiolivros no Brasil

Nos últimos anos, os audiolivros também conseguiram o seu espaço no mercado brasileiro, mesmo que ainda tímido. Assim como nos outros mercados analisados pelo Barometer, o consumo de audiolivros no Brasil é feito por meio de ofertas de assinatura e streaming, modelo que teve uma aceitação significativa desde o início da pandemia.

Mais uma vez o Educacional sai na frente com liderança massiva no consumo, seguido novamente por Não Ficção. Na Europa, o padrão é outro, já que o consumo é impulsionado pelo gênero Romance.

O estudo completo pode ser baixado clicando aqui.

[24/06/2022 10:00:00]