Contra o feminismo branco
PublishNews, Redação, 08/11/2021
Em forma de contramanifesto, livro abre caminho para uma revolução do feminismo baseada no respeito às diferenças raciais e culturais

Desde sua origem, o feminismo se baseou na experiência de mulheres brancas de classe média e alta, que há muito se autoproclamaram as especialistas no assunto. São elas que escrevem, palestram, dão entrevistas. Ao mesmo tempo, para manter seus privilégios, demarcam a branquitude do movimento ao sobrepor suas falas às das mulheres de pele negra e marrom. No entanto, o diálogo só será possível quando todas as mulheres estiverem em patamares iguais. E é partindo do princípio de igualdade na diversidade que Rafia Zakaria, muçulmana, advogada e filósofa política, defende uma reconstrução do feminismo. Contra o feminismo branco (Intrínseca, 304 pp, R$ 49,90 – Trad.: Solaine Chioro e Thais Britto) é um contramanifesto que insere as experiências de mulheres de cor no centro do debate. Em uma leitura direta, a autora questiona desde pensadoras como Simone de Beauvoir a produtos culturais como Sex and the City. O resultado é uma obra crítica à adesão do feminismo branco ao patriarcado, à lógica colonial e à supremacia branca.

[08/11/2021 07:00:00]