Uma história de amor, guerra e autoconhecimento
PublishNews, Redação, 19/10/2021
Romance de Yara Nakahanda Monteiro é um chamado à independência das mulheres como seres políticos

Vitória nasceu em Angola, mas foi criada em Portugal pelos avós. A infância, que está longe de idílica (por causa do racismo e da condição de exilada), esconde um trauma: ela nunca conheceu a mãe, uma revolucionária angolana. A poucos meses do seu casamento, Vitória então foge para Angola, à procura da mãe e da sua identidade — pessoal, racial, cultural e até sexual. Desembarca numa Luanda em pleno século XXI — terra de contrastes sociais gritantes, em que o automóvel importado desfila ao lado das cenas mais medonhas de fome e desamparo. Mas é fora de Luanda que Vitória vai se defrontar com seu passado. Será em Huambo, uma das maiores cidades do país, que parece representar uma Angola mágica e mística, que a personagem vai descobrir novas pistas sobre suas origens. Narrado com eletricidade, o romance Essa dama bate bué (Todavia, 200 pp, R$ 62), escrito por Yara Nakahanda Monteiro, embaralha saudavelmente as formas e as expectativas: é uma história de amor e de guerra, um conto contemporâneo que lida com o passado e ainda um chamado à independência das mulheres como seres políticos.

Tags: romance, Todavia
[19/10/2021 07:00:00]