Abusos em alto-mar
PublishNews, Redação, 09/08/2021
Livro-reportagem 'Oceano sem lei' traz à tona, pela primeira vez, a realidade perturbadora do mundo flutuante que nos conecta e já teve os direitos adquiridos por Leonardo DiCaprio e Netflix para a produção de uma série documental

Vencedor do prêmio Pulitzer, Ian Urbina apresenta um trabalho investigativo inédito sobre a realidade de quem atua em um dos espaços naturais menos policiados do nosso planeta. Oceano sem lei (Intrínseca, 592 pp, R$ 79,90 - Trad.: Lívia de Almeida) é fruto da experiência vivida em uma jornada de 40 meses. O jornalista norte-americano percorreu mais de 400 mil quilômetros, visitou 40 cidades de todos os continentes e navegou mais de 12 mil milhas náuticas por cinco oceanos e 20 mares para oferecer um relato inédito sobre histórias e vidas que se perdem na imensidão azul. Traficantes e contrabandistas, piratas e mercenários, ladrões de naufrágios, vigilantes conservacionistas e caçadores, pessoas que realizam abortos em alto-mar, despejadores ilegais de petróleo, escravos acorrentados e passageiros clandestinos à deriva. Com histórias de coragem e brutalidade, sobrevivência e tragédia, revela-se a rede global de crime e exploração vinculada às indústrias da pesca, do petróleo e da navegação, e da qual dependem inúmeras economias mundiais. O Brasil ganha destaque no capítulo que relata o embate entre companhias interessadas em perfurar o solo oceânico na costa do país e pesquisadores locais. Empresas que ganharam, em 2013, concessão do governo para explorar a área em busca de petróleo, mas voltaram atrás depois que o Greenpeace auxiliou os cientistas na realização de um estudo que provava a existência de recifes de corais na área ― um ecossistema vivo e rico que fornece proteção e alimentação a diversas formas de vida marinha.

[09/08/2021 07:00:00]