Os últimos anos têm revelado, em nível mundial, o reaparecimento de correntes antidemocráticas e políticas xenófobas que são associadas, quase sempre, com a banalização da violência e anulação da importância das instituições sociais. A desordem nas mais diversas esferas mostra-se resistente a qualquer antídoto de curto prazo e suas causas passam por uma série de fatores, que são trazidos à reflexão no livro Mutações: ainda sob a tempestade (Edições Sesc, 480 pp, R$ 87). A obra organizada por Adauto Novaes conta com 22 ensaios escritos por pensadores de renome internacional. O fenômeno de ascensão da extrema direita pode ser apontado em diversos acontecimentos dos atuais, passando pela promessa de campanha de Donald Trump de construir um muro na divisa com o México, estendendo-se ao fechamento de territórios à entrada de refugiados na Europa e, chegando ao Brasil, aos ataques do presidente à imprensa e ao esvaziamento de políticas sociais. No livro, os artigos de pensadores como Maria Rita Khel, Marilena Chauí, Eugênio Bucci e Vladimir Safatle percorrem diferentes direções para abordar o tema.