Emmanuel Macron quer unificar as tarifas postais de livros
PublishNews, Leonardo Neto, 26/05/2021
Objetivo da medida é proteger as livrarias independentes. De acordo com o Sindicato das Livrarias Francesas, enquanto a Amazon cobra um centavo de frete, livreiros têm que pagar 6,50 euros.

Emmanuel Macron quer unificar as tarifas postais de livros | © Reprodução / BFMTV
Emmanuel Macron quer unificar as tarifas postais de livros | © Reprodução / BFMTV
Enquanto o Parlamento brasileiro deixa o projeto de lei que quer regulamentar o comércio de livros no país dormir em berço esplêndido, a França, que mantém uma lei do preço fixo desde 1981, discute agora a unificação das taxas postais para envio de livros.

E a proposta tem o engajamento pessoal de Emmanuel Macron. Em declaração em frente às câmeras da BFMTV, o presidente francês defendeu que precisa procurar um equilíbrio na concorrência entre os players de e-commerce e as livrarias independentes em termos de custos de entrega. “A Lei Lang [como é chamada a lei do preço fixo na França] nos permitiu ter um tecido de livrarias independentes extremamente forte”, disse.

Ele declarou que apresentará, nas próximas semanas, um projeto de lei sobre o assunto. De acordo com a Livres Hebdo, em dezembro de 2020, a senadora Laure Darcos (LR) já tinha apresentado um projeto de lei que pretende padronizar os custos de envio.

O Sindicato das Livrarias Francesas (SLF) se pronunciou dizendo que está “muito satisfeito com o compromisso com presidente da República a favor do reequilíbrio da concorrência nos custos de envio de livros entre plataformas de internet e as livrarias independentes”.

Na França, desde 2014, há uma lei que impede o frete grátis por e-commerce para o envio de qualquer produto. Para driblar essa lei, a Amazon cobra um centavo de euro para enviar seus produtos. “Enquanto a Amazon cobra um centavo de euro pelo envio de um livro para a casa do consumidor, o livreiro paga 6,50 euros. Se o livreiro repassar esses custos para os clientes, ele os perde e se arca com esses custos de envio, ele terá prejuízo. Trata-se de uma alternativa insustentável para os livreiros”, completou o comunicado do SLF.

[26/05/2021 10:20:00]