Sobre ser mulher
PublishNews, Redação, 26/04/2021
Segundo romance de Cristina Judar, 'Elas marchavam sob o sol' apresenta narrativa sobre aprisionamentos relacionados ao feminino e a corpos dissidentes

Em continuidade à trajetória iniciada pela autora em seus lançamentos anteriores, Elas marchavam sob o sol (Dublinense, 160 pp, R$ 44,90), segundo romance de Cristina Judar – ganhadora do Prêmio São Paulo de Literatura 2018 e finalista do Prêmio Jabuti – baseia-se em um extenso trabalho sobre o que é ser mulher no Brasil e no mundo, hoje e nas últimas décadas. O livro traz as trajetórias de duas jovens, Ana e Joan, que completarão 18 anos de idade em 12 meses. Suas vozes e vivências são apresentadas em paralelo, a cada mês, até a data de aniversário. Ana é diurna e contemporânea, é a mulher bombardeada por anúncios, pelo consumismo, pelas pressões de ordem estética e comportamental dos nossos dias. Joan é noturna, traz referências da ancestralidade, dos ritos de passagem e do entendimento sobre os ciclos da vida e da morte, do inconsciente e do imaginário popular. No decorrer da narrativa, são apresentadas as vozes de outras personagens relacionadas às protagonistas, assim como à vivência do cárcere e a tortura em diferentes níveis, inclusive com referência às experiências de prisioneiras políticas durante o período da ditadura militar no Brasil. Elas marchavam sob o sol é um romance sobre violência, perseguição religiosa, perda de liberdade e direitos, além de ser um libelo sobre a necessidade dos ritos, dos sonhos e da ressignificação dos corpos.

[26/04/2021 07:00:00]