Sobre memória e pertencimento
PublishNews, Redação, 15/03/2021
Em ‘O som do rugido da onça’, Micheliny Verunschk joga luz sobre a história de duas crianças indígenas raptadas no Brasil do século XIX

Em 1817, Spix e Martius desembarcaram no Brasil com a missão de registrar suas impressões sobre o país. Três anos e 10 mil quilômetros depois, os exploradores voltaram a Munique trazendo consigo não apenas um extenso relato da viagem, mas também um menino e uma menina indígenas, que morreriam pouco tempo depois de chegar em solo europeu. Em seu quinto romance, Micheliny Verunschk constrói em O som do rugido da onça (Companhia das Letras, 166 pp, R$ 54,90) uma poderosa narrativa que deixa de lado a historiografia hegemônica para dar protagonismo às crianças – batizadas aqui de Iñe-e e Juri – arrancadas de sua terra natal. Entrelaçando a trama do século XIX ao Brasil contemporâneo, o leitor é apresentado também a Josefa, jovem que reconhece as lacunas de seu passado ao ver a imagem de Iñe-e em uma exposição. Com uma prosa embebida de lirismo, O som do rugido da onça trata de temas como memória, colonialismo e pertencimento.

[15/03/2021 07:00:00]