O nacionalista, Policarpo Quaresma
PublishNews, Redação, 09/03/2021
Edição publicada pela Antofágica conta com de ilustrações de João Montanaro, apresentação de Criolo, textos de Jorge Augusto e Fernanda Felisberto e um ensaio poético de Ferréz

Qualquer um reconhece de longe que major Policarpo Quaresma é um nacionalista genuíno. Suas idas diárias à padaria francesa e óculos em estilo europeu não abalam sua fama. Nem mesmo o fato de que seu título de major não se deu por mérito militar, e sim por costume. Não há nada ou ninguém capaz de impedi-lo de se proclamar o bastião dos mais tradicionais costumes de nossa terra. Se o violão é o mais brasileiro dos instrumentos, e as modinhas, o mais nacional dos ritmos, serão essas as novas obsessões do major. Se os Tupinambás choravam ao encontrar pessoas queridas para demonstrar saudades, nada mais natural que encontrar Policarpo aos prantos. Publicado originalmente em folhetim, em 1911, O triste fim de Policarpo Quaresma (Antofágica, 432 pp, R$ 49,90), de Lima Barreto, é essencial para compreender um Brasil que, embora buscasse criar uma identidade nacional para a recém-declarada República, trazia intactas muitas das características da antiga sociedade colonial. A nova edição da Antofágica, além de ilustrações de João Montanaro e apresentação de Criolo, contou com notas e ensaio crítico de Jorge Augusto (IFbaiano), pesquisador de Lima Barreto, além de texto da especialista em literatura negro-brasileira Fernanda Felisberto (UFRRJ) e um ensaio poético de Ferréz.

[09/03/2021 07:00:00]