Uma aventura surrealista
PublishNews, Redação, 1º/02/2021
Em ‘Leopardo negro, lobo vermelho’ Marlon James cria épico fantástico, ambientado na África e que questiona os limites da verdade e do poder e o preço da ambição

Em Leopardo negro, lobo vermelho (Intrínseca, 784 pp, R$ 99,99 - Trad.: Andre Czarnobai), Marlon James cria uma trama inspirada nas histórias e folclores da África, que perpassa as fronteiras entre o real e o surreal. Neste épico fantástico do qual também transbordam sangue e violência, o autor, vencedor do Man Booker Prize em 2015, questiona os limites da verdade e do poder e o pre­ço da ambição. Na trama, o Rastreador é um dos mercenários que se candidatam para encontrar um menino desaparecido, provavelmente o herdeiro legítimo do trono de um império e que talvez nem esteja mais no mundo dos vivos. Guiado por um faro excepcional, este caçador cumpre sua jornada em uma África pré-colonial. Passa por cidades ancestrais, desbrava rios e florestas e, também esbarra com diversos personagens – demônios, feiticeiros, bruxas, prostitutas e necromantes – muitos deles flutuam entre os gêneros, mudam de cor e alternam entre os status humano e não humano. Confrontado pela vastidão do continente, por toda a beleza e o terror em seu caminho, o Rastreador decide ir contra seus princípios de caçador solitário ao perceber que seus inimigos estão atrás do mesmo objetivo. O grupo ao qual se junta é composto por personagens fantásticos, entre eles o misterioso metamorfo – metade homem, metade Leopardo –, que irá conduzi-lo em sua jornada. Enquanto lutam para sobreviver e concluir a tarefa, o Rastreador é assombrado por questionamentos: quem é o menino desaparecido? O que o fez desaparecer? Por que há tanto interesse em que não seja encontrado? Mas, sobretudo, quem está mentindo e quem está dizendo a verdade?

[01/02/2021 07:00:00]