Clássico da literatura fantástica, O Golem (304 pp, R$ 95,90), de Gustav Meyrink (1868-1932), provocou entusiasmo em autores como H. P. Lovecraft e Jorge Luís Borges, que o definiu como “romance onírico”. Depois de um bom tempo ausente em edição brasileira, o livro é lançado agora pela Carambaia com tradução do original em alemão por Petê Rissatti e posfácio do escritor Luiz S. Krausz. O Golem é uma criatura do folclore judaico, feita por mãos humanas a partir do barro. Segundo a lenda, esse personagem gigantesco foi criado em Praga por um rabino para defender a comunidade judaica de ataques antissemitas, mas teria se voltado contra o criador. Na trama, ele apresenta uma espécie de força irracional e destruidora que paira sobre as intrincadas vivências do personagem central, Athanasius Pernath, mestre joalheiro cujo passado é obscuro até para ele mesmo. Pernath vive no Bairro Judeu de Praga, onde se passa a maior parte da história. Personagens assombrosos também habitam as vielas do bairro, entre eles um sinistro vendedor de ferro-velho, uma esquálida prostituta adolescente e um surdo-mudo que recorta silhuetas em papel. Pernath se envolve em questões essenciais da vida desses personagens enquanto persegue uma busca da própria identidade por meio de indagações espirituais.