Sobre o existencialismo
PublishNews, Redação, 07/12/2020
Em doze contos, o autor argentino J. P. Zooey apresenta ao leitor a vida no 'capitalismo afetivo'

A internet, as redes sociais e a overdose de informação mudaram por completo nossa sociedade – mas será que alteraram que nós somos enquanto seres humanos? Em seu livro de estreia, O Sol artificial (DBA, 160 pp, R$ 49,30 – Trad.: Bruno Cobalchini Mattos), o argentino J. P. Zooey confronta o existencialismo de uma era marcada pela onipresença da tecnologia em todos os setores da sociedade. Ao longo de 12 contos, conectadas por uma carta que o autor escreveu a si mesmo com uma lista do que vale a pena lembrar na vida, Zooey conduz o leitor por uma galeria de personagens inusitados, como o homem que acredita ser um vírus de computador e a sobrevivente de Auschwitz que pensa ter encontrado Deus no chuvisco de uma TV fora de sintonia. Uma obra que apresenta a vida no capitalismo afetivo, época na qual não importa a profundidade dos vínculos, apenas a quantidade que conseguimos acumular – como em todas as redes sociais. Publicado originalmente em 2009, Sol artificial gerou uma grande curiosidade nas letras latino-americanas e capturou a atenção do público não só por sua qualidade e frescor, mas também porque o autor se escondia por trás desse enigmático pseudônimo, inspirado em J. D. Salinger. Apenas em 2017 descobriu-se o rosto do homem por trás do nome.

Tags: DBA, ficção
[07/12/2020 07:00:00]