Com 'Escritos da casa morta', 34 conclui a publicação de toda a obra de ficção de Dostoiévski
PublishNews, Redação, 18/11/2020
Na obra, o autor russo parte da sua experiência no presídio de Omsk para empreender um mergulho profundo na psicologia do ser humano

Em 1849, Dostoiévski, então com 28 anos, foi preso e condenado à morte por sua participação no Círculo de Pietrachévski, um grupo de intelectuais críticos ao regime tsarista. Instantes antes do fuzilamento, sua pena foi comutada para quatro anos de trabalhos forçados no presídio de Omsk, seguidos de mais quatro anos servindo como soldado raso em Semipalátinsk. O período passado na Sibéria foi marcante para o escritor, que viu cair por terra sua imagem idealizada do povo russo, ao conviver com a dura realidade dos prisioneiros comuns vindos de todas as regiões da Rússia. Um dos resultados dessa experiência-limite foi o livro Escritos da casa morta (408 pp, R$ 79 – Trad.: Paulo Bezerra) - também conhecido como Recordações da casa dos mortos. Publicado entre 1860 e 1862, a obra parte de um registro antropológico da vida e dos costumes dos presos comuns, encarcerados com ele na fortaleza de Omsk, para empreender um mergulho profundo na psicologia do ser humano. O livro encerra o esforço da Editora 34 para publicar a obra completa de ficção de Dostoiévski. Ao todo são 23 volumes escritos ao longo de 20 anos que, juntos, formam um verdadeiro monumento da literatura russa e universal. Os títulos foram vertidos diretamente do idioma original para o português por um time consagrado de tradutores de diferentes gerações.

[18/11/2020 07:00:00]