Uma trama de vozes
PublishNews, Redação, 03/11/2020
Em ‘Linha, labirinto’, Mônica de Aquino retorna ao universo da mitologia grega e convida outros poetas em um gesto 'expansivo e dialógico'

Finalista do Prêmio Jabuti 2019 na categoria Poesia, Mônica de Aquino retorna, em sua quarta obra Linha, labirinto (Macondo, 108 pp, R$ 42), ao universo da mitologia grega, onde vai reencontrar Penélope, a personagem (e o mito) em torno do qual giram todos os poemas do livro. Trata-se de um volume híbrido: nele tem lugar a retomada e a reescrita de poemas anteriormente publicados em Fundo falso; textos inéditos sobre a mesma matéria e a convocação, "em gesto expansivo e dialógico", de outros poetas, a cujas vozes Mônica de Aquino vai somar a sua, numa estrutura que permite ver a diversidade e atualidade do mito grego. Se Penélope é o modelo da esposa fiel, a mulher que espera e tece o fio dos dias, nos poemas de Mônica de Aquino a personagem, muito modernamente, faz o pensamento dar voltas sobre si, recusa o lugar obediente e servil que lhe é imposto, toma consciência do desejo, tantas vezes destrutivo, que a habita. Para compor a capa do livro, foi utilizado um trabalho de Chiharu Shiota, artista japonesa conhecida por seus trabalhos intitulados site specific – obra que toma forma de acordo com o local onde está instalada. A peça escolhida se chama Absent Boddies. A obra conta com poemas de Jussara Salazar, Prisca Agustoni, Lenora de Barros, Daniel Arelli, Ana Martins Marques, Guilherme Gontijo Flores, Lu Menezes, André Vallias, entre outros.

[03/11/2020 07:00:00]