A quarentena de Frei Betto
PublishNews, Redação, 20/10/2020
‘Diário de quarentena’ reúne relatos cotidianos sobre a pandemia, reflexões espirituais, memórias, crônicas e minicontos

Frei Betto esteve preso pela ditadura militar durante quatro anos, quando manteve intensa correspondência que resultou em seu primeiro livro, Cartas na prisão, publicado há 49 anos. A pandemia do novo Coronavírus o colocou novamente em situação de isolamento e reclusão e, durante os três primeiros meses de quarentena, Frei Betto escreveu um diário com relatos cotidianos, reflexões espirituais, crônicas e minicontos. Diário de quarentena (Rocco, 208 pp, R$ 44,90) já surge predestinado a se transformar em uma obra de referência duradoura, como o Diário da peste de Londres, de Daniel Defoe, publicado em 1722. O livro de Frei Betto, assim como o de Defoe, não se prende apenas às respectivas tragédias, a epidemia de peste bubônica que matou 70 mil pessoas em Londres em 1665, e a pandemia que causou muito mais vítimas aqui no Brasil. Ambas as obras estabelecem uma rica reflexão acerca da condição humana e mesclam o drama pessoal à tragédia coletiva para tentar responder a perene indagação: "Quem somos nós, de onde viemos, para onde vamos?".

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[20/10/2020 07:00:00]