Uma cor para chamar de sua
PublishNews, Redação, 22/09/2020
'De cor da pele' traz um traba­lho artístico construído ao longo de mais de 15 anos pela artista visual Denise Camargo

Mais de 300 anos de escravidão lega­ram ao Brasil uma sociedade em que o racismo se infiltra no cotidiano das maneiras mais perversas. Do lápis de pintar usado na es­cola aos termos com os quais as pessoas se autodefinem, resultante da gama de tons que a mestiçagem – reconhecida ou não – produz, a beleza da cor e da diversidade só agora começa a ser notada. O livro De cor da pele (Jandaíra, 88 pp, R$ 30) traz um traba­lho artístico construído ao longo de mais de 15 anos. Uma instalação, uma performan­ce, uma exposição de fotos – o que come­çou com a indignação de uma mãe-artista se transformou em um projeto muito além das palavras e das imagens. A situação se colocou para a artista visual Denise Camargo com seu filho, que a des­pertou para o racismo estrutural que ela mesma ainda só intuíra. E do questionamento inicial de um lápis de cor surgiu De cor da pele, projeto artístico multilinguagem, exposto e exibido no SESC Presidente Dutra e no Museu Nacional em Brasília, e em vários outros espaços pelo Distrito Federal, em novembro e dezembro de 2019. Não à toa, são mães as mulheres re­tratadas na obra – mães que se abrem à fotógrafa e assumem um protagonismo ao qual muitas não estão acostumadas – pelo menos diante do público.

[22/09/2020 07:00:00]