Imagem como resistência
PublishNews, Redação, 22/09/2020
Em ‘Imagem apesar de tudo’ o autor defende o uso das imagens, capazes de dizer a verdade e abrir brechas em meio à obscuridade e ao horror

Em agosto de 1944, membros do Sonderkommando de Auschwitz-Birkenau, auxiliados pela Resistência Polonesa, conseguiram fotografar de forma clandestina parte do processo de gaseamento a que eram submetidos os judeus, operação de extermínio que levou à morte milhões de pessoas. Trazidas à luz numa grande exposição sobre a memória dos campos em 2001, essas quatro imagens tornaram-se o centro de uma acirrada polêmica que opôs, de um lado, aqueles que eram radicalmente contra qualquer tipo de representação do Holocausto e, de outro, os que defendiam a importância vital de todo registro, entre eles, o autor deste livro. Em Imagens apesar de tudo (Editora 34, 272 pp, R$ 61 - Trad.: Vanessa Brito e João Pedro Cachopo), Georges Didi-Huberman faz uma defesa lúcida e apaixonada da imagem como forma de resistência. Dialogando com Benjamin, Bataille, Godard e outros, este livro ilumina um nó de questões fundamentais que envolvem a noção de testemunho, o uso dos arquivos, o estatuto do documento visual, a montagem, os múltiplos regimes da imagem e da palavra, e conecta de modo exemplar a ética, a estética e a política.

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[22/09/2020 07:00:00]