‘Não deixaremos de consumir das editoras’, garante curadora do Leiturinha
PublishNews, Leonardo Neto, 17/03/2020
O clube de assinatura de livros infantis e juvenis anunciou no fim de semana que passará a editar alguns dos livros enviados aos seus 170 mil assinantes

No último sábado, a coluna Babel noticiou que o Leiturinha, maior clube de assinatura de livros infantis do Brasil, passará a editar alguns dos livros enviados aos seus 170 mil assinantes. O anúncio acendeu o sinal vermelho entre os editores de livros infantojuvenis. Isso porque o clube é um grande comprador de livros e mantinha, até aqui, a prática de selecionar e comprar livros de editoras, independente do seu porte.

O PublishNews falou com Cynthia Spaggiari, curadora do clube. Ela explicou que apenas 12 dos 200 títulos serão produzidos pela sua equipe. “Não deixaremos de consumir das editoras”, insistiu. “A isenção editorial é a primeira premissa da curadoria”, completou.

Ilustração de Alexandre Rampazo para o livro O mistério do Rino Sério, de Fernando Nuno | Reprodução
Ilustração de Alexandre Rampazo para o livro O mistério do Rino Sério, de Fernando Nuno | Reprodução
Ao ser perguntada se essa medida poderia indicar uma tendência, se esses 12 títulos publicados ao longo de 2020 poderiam servir como balão de ensaio para, mais tarde, o clube assumir a produção de todos os seus títulos, Cynthia foi categórica: “Nunca! Isenção editorial em primeiro lugar. A diversidade é o que faz uma biblioteca e nós nos baseamos muito nisso nas escolhas de cada categoria de leitor”.

A curadora fez um paralelo para explicar a iniciativa com as plataformas de streaming, como Netflix ou Amazon Prime Video: “Este projeto é uma inovação, baseada nos streamings dos maiores distribuidores de conteúdo. Criamos os Originais para trazer exclusividade pro clube. Só quem assina pode ter acesso”.

Os Originais Leiturinha terão títulos de nomes como Alexandre Rampazo, Fernando Nuno, Nelson Cruz, Anna Claudia Ramos, Marilda Castanha, Silvana Sarleno, Gilles Eduar e Vanessa Prezot.

No ano passado, a empresa sediada em Poços de Caldas, no interior mineiro, lançou um edital que reunia as principais diretrizes para a escolha desses títulos e levou representantes de editoras para a sua sede com o objetivo de negociar títulos que fariam parte do seu catálogo em 2020. Para 2021, a empresa avisou que não realizará nova edição do edital, o que aumentou ainda mais a apreensão dos editores. Ao PublishNews, Cynthia confirmou que não terá uma nova edição do edital. “Com o edital do ano passado, temos todo o planejamento de 2020 completo. [No entanto], decidimos não fazer mais o edital. A busca pelos títulos está com um trabalho ativo da equipe, depois de conhecerem de perto cada uma das editoras”, explicou.

[17/03/2020 09:00:00]