Apanhadão: Mec modifica trecho de edital para compra de livros didáticos
PublishNews, Redação, 09/03/2020
E mais: Hachette cancela publicação de livro sobre Woody Allen e resultado do leilão brasileiro fica em suspenso; livros de Fernanda Young são transformados em audiolivros

O Ministério da Educação (MEC) modificou trecho do edital para compra de livros didáticos. Segundo a coluna de Guilherme Amado, na Época, no edital anterior, ao se descreverem os critérios eliminatórios para compra de livros didáticos, falava-se na “observância de princípios éticos e democráticos”. No de Bolsonaro, fala-se apenas em “observância aos princípios éticos”. Entretanto, o edital publicado pelo MEC de Weintraub cita a palavra "democracia" ou suas variações quatro vezes — o que também acontecia nos outros –, estimulando, por exemplo, que os livros abordem a importância do protagonismo dos estudantes em ações "para construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva", “adotem princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários" e tratem a mediação de conflitos pela "necessidade do convívio democrático dentro e fora da escola".

Na última sexta (6), o grupo Hachette anunciou que cancelou os planos de publicar a autobiografia de Woody Allen, Apropos of nothing. Isso porque os funcionários da empresa protestaram contra o acordo com o cineasta. De acordo com O Globo, a editora enviou um comunicado em que disse que “a decisão de cancelar o livro de Allen foi difícil”. “Levamos muito a sério nosso relacionamento com os autores e não temos o hábito de cancelar livros. Nós publicamos e continuaremos a publicar muitos livros desafiadores. Como editores, garantimos todos os dias em nosso trabalho que diferentes vozes e pontos de vista conflitantes possam ser ouvidos”, explicou. Em 1992, Allen foi acusado de ter molestado uma de suas filhas, Dylan Farrow, quando ela tinha sete anos.

Por aqui, o resultado do leilão brasileiro do livro de Allen ficou em suspenso. Como adiantou o Painel das Letras, no país são cinco editoras na disputa. Pelo menos três grandes casas do país decidiram não participar --por motivos que vão desde a acusação de abuso sexual contra Allen até o medo da reação do público, passando pelo fato de que a Hachette se recusava a dar detalhes sobre a autobiografia ou acesso ao manuscrito.

A coluna contou também que será lançado nesta semana o aplicativo Nexbooks, com livros digitais para celulares, com imagens, sonoplastia e trilha sonora. A plataforma disponibiliza grátis o conto original Chapeuzinho Vermelho, de Charles Perrault.

Na Babel, a notícia de que a revista Cult começará a publicar livros. A estreia, no dia 11, será com Marilena Chaui: Pensamentos, afetos e Análise da obra, que reúne artigos de pesquisadores e pessoas que convivem com a filósofa, pela coleção Cabeça de Mulher. Já o livro O pai da menina morta, de Tiago Ferro, publicado por aqui pela Todavia, ganhará uma edição na Colômbia, pela Planeta. El padre de la niña muerta será lançado na Feira de Bogotá, com a presença do autor.

Faleceu no último sábado (7), aos 73 anos, o poeta e compositor Jorge Salomão. Irmão de Waly Salomão, Jorge foi também diretor de teatro e escritor, e teve músicas gravadas por grandes nomes da MPB. A causa da morte não foi divulgada. Em 2019, a editora Gryphus lançou 7 em 1, com sete livros do escritor.

A escritora, roteirista e atriz Fernanda Young, morta em agosto do ano passado aos 49 anos, terá quatro de seus principais livros transformados em audiolivros. Segundo o Estadão, as obras serão narradas pelas atrizes Malu Mader, Fernanda Nobre e Marisa Orth. Publicados pela Ubook, o primeiro livro será Pós-F: Para Além do Masculino e do Feminino. Depois virão a coletânea de poesia Dores do amor romântico, narrada por Renata Young, e os romances de ficção Efeito Urano e O Pau.

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[09/03/2020 10:00:00]