Máquina e organismo
PublishNews, Redação, 14/08/2019
Publicado pela Perspectiva, livro propõe como pensar contra os dualismos e meditar a respeito das relações entre máquina e organismo e sobre a possibilidade de combiná-los

Ciborgue aparece e se manifesta na cultura contemporânea de variadas formas: no cinema – em RoboCop ou O Exterminador do Futuro – ou nos mangás. Ciborgue se encarna em atletas envolvidos e expostos a doping, nas próteses médicas e nas fantasias da “humanidade ampliada, estendida” e até imortal. Mas ciborgue é também – e acima de tudo – uma entidade filosófica. Esse híbrido de organismo e máquina de fato perturba dicotomias fundamentais de nosso pensamento. A partir de uma leitura pessoal das obras de Georges Canguilhem e de Donna Haraway, Thierry Hoquet explora em Filosofia Ciborgue (Perspectiva, 376 pp, R$ 74,90 – Trad.: Márcio Honório de Godoy) o enigma dessa figura: será o ciborgue um instrumento capaz de nos conduzir a uma humanidade livre de dualismos? Ou será que, pelo contrário, marca a nossa servidão a um sistema técnico de controle e de opressão? Pensar o ciborgue filosoficamente significa meditar a respeito das relações entre a máquina e o organismo e sobre a possibilidade de combiná-los. Trata-se também de pensar a diferença de sexos ligada à natureza e à técnica e, talvez, abrir caminho a um outro modo de articular o masculino e o feminino. No episódio da PublishNewsTV dessa semana, Gita Guinsburg, publisher da Perspectiva, comenta de uma forma muito interessante sobre esse livro que foi editado por ela. Vale assistir.

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[14/08/2019 07:00:00]