Uma viagem para se perder e se reencontrar
PublishNews, Redação, 11/06/2019
Com uma prosa ágil, ácida e irônica, Manoel Herzog apresenta em ‘Boa noite, amazona’ personagem inusitado que reflete a dicotomia de um país.

O narrador de Boa noite, amazona (Alfaguara, 126 pp, R$ 44,90), o novo livro de Manoel Herzog, é um economista de esquerda que trabalha para um grande banco privado. É contra o aborto e a pena de morte, mas se recusa a dar os mínimos direitos trabalhistas ao caseiro do sítio em que mora. Participa de confrarias e seitas e é membro da maçonaria. Diz ser humanista, mas perde a cabeça quando um mutuário de empréstimo consignado não consegue pagar as dívidas. Agora, aos 49 anos, passa por uma crise aguda. Divorciou-se da mulher e o pai morreu. Queria ser escritor, mas não consegue produzir nada digno de nota. Pelas madrugadas, acorda chutando os lençóis, e é diagnosticado com a chamada síndrome das pernas inquietas. Uma bruxa-espanhola lê seu destino no tarô e lhe diz que sua salvação está na floresta. É a partir daí, guiado pelas cartas, que ele decide empreender uma viagem ao coração da Amazônia, onde espera se perder — e se reencontrar.

[11/06/2019 07:00:00]