Maria Bonita: a Joana d’Arc da caatinga
PublishNews, Redação, 21/09/2018
A mulher mais importante do cangaço brasileiro, que inspirou gerações de mulheres, ganha uma biografia com uma perspectiva feminista

Nos anos 1920, mulher decente não largava o marido, quanto mais para fugir com cangaceiro. Mas Maria Bonita não seguiu as regras. Abandonou o casamento para se juntar ao bando de Lampião, passou fome, sede e foi constantemente perseguida pela polícia. Maria morreu jovem, aos 28 anos, sem jamais sonhar que um dia se tornaria um ícone popular. Décadas depois, passou a personificar a imagem da impetuosa guerreira, a Rainha do Cangaço, a "Joana d’Arc da caatinga". No entanto, sua história desfaz a ideia de que, no cangaço, homens e mulheres tinham direitos iguais. Abusadas sexualmente, desrespeitadas em seus direitos mais fundamentais, dentro ou fora do bando as mulheres viviam subjugadas aos desejos dos homens. Em Maria Bonita – Sexo, violência e mulheres no cangaço (Objetiva, 296 pp, R$ 49,90), Adriana Negreiros constrói a biografia daquela que é, sem dúvidas, a mulher mais importante do cangaço.

[21/09/2018 07:00:00]