Rüdiger assume, já nas primeiras páginas do relatório, que não se sabe o tamanho exato desse mercado, mas que, baseado nos dados compilados no relatório, pode-se dizer que a indústria editorial, em nível mundial, perfaz um faturamento de 122 bilhões de euros (em preços ao consumidor). Isso coloca a indústria editorial à frente dos mercados de música e de games.
O Brasil ocupa a posição de número 13 do ranking dos maiores mercados de livros do mundo, que é encabeçado pelos EUA e seguido por China, Alemanha, Reino Unido e Japão. “O último ranking de países embasado metodologicamente que se tinha notícia era o Global Publishing Monitor, publicado pela última vez pela International Publishers Association, em 2014. Desde então, não houve nenhuma atualização. Neste sentido, este primeiro relatório da BookMap é absolutamente bem-vindo. O Brasil, infelizmente, perdeu três posições no ranking atual em comparação com o de 2014 da IPA, sendo ultrapassado pela Índia, Turquia e Canadá. Mas vale observar que uma grande parte desta queda se deve a desvalorização cambial”, analisou Carrenho.
O relatório, aliás, traz um capítulo dedicado aos países emergentes, em especial China, Brasil, Rússia e México. “O desenvolvimento dos mercados emergentes dificilmente poderia ser mais diversificado. Entre uma China em expansão e uma Rússia cada vez menor, países como o Brasil e o México poderiam gerar crescimento nominal por algum tempo, ainda que com importantes tensões econômicas desde 2013. Mas esse crescimento positivo é, em grande parte, compensado pelas perdas inflacionárias”, diz o relatório.
Metodologia
Em termos de metodologia, vale destacar que a BookMap é obrigada a extrapolar dados para comparar os países, procurando evitar comparar bananas com laranjas. No caso dos países que possuem dados de mercado apenas dos editores, optou-se por extrapolá-los para se chegar ao tamanho do mercado em preços ao consumidor. Para isso, o faturamento dos editores foi extrapolado em 45%, índice este que foi a média dos mercados que apresentam ambos os números. “Esta metodologia favoreceu o Brasil no ranking, pois como temos uma forte participação do governo (cerca de 25% do faturamento dos editores) e como neste caso a receita do editor é igual ao preço ao consumidor, a distância real entre os dois números no Brasil é menor, e eu a estimo em 36%. Por sorte, como a Austrália, 14ª colocada, está muito atrás, o Brasil manteria a 13ª posição ainda que uma extrapolação mais realista fosse aplicada”, explicou Carrenho.
O How big is global publishing? pode ser baixado gratuitamente acessando a página do BookMap.Org.