Durante sua estadia na Europa, Antônio Callado (1917-1997) descobriu uma "tremenda fome de Brasil". E essa fome foi tão grande que dedicou toda sua vida a refletir sobre a realidade do país. Sua obra foi permeada pelo interesse em revelar os meandros - muitas vezes obscuros - da vida brasileira. Entre seus livros mais importantes estão Quarup (1967), Bar Don Juan (1971), Reflexos do baile (1976) e Sempreviva (1981), que retratam o Brasil durante o regime militar, do ponto de vista dos opositores. O engajamento político lhe custou caro: foi preso duas vezes, uma em 1964, logo após o golpe militar, e outra em 1968, após o fechamento do Congresso com o AI-5. Além de escritor, Callado foi jornalista, biógrafo e teatrólogo. Para celebrar a grandeza de sua obra, a Fundação Casa de Rui Barbosa (Rua São Clemente, 134; Botafogo, Rio de Janeiro / RJ) realiza, nesta quinta (26), às 16h, uma mesa-redonda com a presença de Tessy Callado e Ana Arruda Callado, respectivamente filha e viúva de Antônio Callado; e dos pesquisadores Alcmeno Bastos, Eduardo Jardim e José Almino de Alencar. O evento marca o centenário da data de nascimento de Callado – 26 de janeiro de 1917. Na ocasião, serão apresentados aspectos relevantes da vida e da obra do escritor, que tem o acervo depositado no Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da FCRB.