Pirenópolis, cidade histórica no interior de Goiás, é uma dessas localidades que viu o auge e a decadência do ouro no interior do Brasil. Dona de uma arquitetura colonial e de uma paisagem natural rica, cheia de cachoeiras e montanhas, Piri, para os íntimos, é também conhecida como o “berço da cultura goiana”. Nasceu ali o primeiro jornal do Estado e, pertinho dali, em Corumbá de Goiás, nasceram dois grandes expoentes da literatura do estado: Bernardo Elis, que ocupou a cadeira de número 1 da Academia Brasileira de Letras, e J. J. Veiga. Pois foi justamente nesse binômio Literatura e Natureza que Íris Borges buscou inspiração para compor a programação da Festa Literária de Pirenópolis, a Flipiri, que chega a sua oitava edição a partir do próximo dia 18. “A 8ª Flipiri intende trazer a literatura como parte intrínseca de paisagens naturais, onde a natureza se revela muito mais do que cenário, mas fonte de inspiração”, explicou.

Entre os dias 18 e 20 de novembro, prédios históricos e espaços culturais de Pirenópolis e de seus 10 povoados se transformarão em palcos para a realização de oficinas, bate-papos, mesas e palestras com mais de 25 escritores e ilustradores, rodas de leituras e contação de histórias, exposição e lançamentos literários, além de apresentações musicais. Entre os convidados estão Ignácio de Loyola Brandão, Tiago de Melo Andrade e Nurit Bensusan.

Dentro da programação, acontece também o Encontro Flipiri de Ilustradores. Ação que chega à sua 4ª Edição leva à cidade exposição, oficinas e mesas-redondas com ilustradores de renome nacional e internacional como Roger Mello, Ziraldo e de ilustradores locais como Elder Rocha Lima e Geni Alexandria.

Incentivo à leitura

Nos oito anos de existência da Flipiri, Íris estima já ter reunido e doado mais de R$ 230 mil em livros para unidades de ensino da escola. A iniciativa integra a programação da Flipiri Itinerante cujo objetivo é estimular e sensibilizar jovens e criança para a literatura. Os livros funcionam como uma ignição para uma série de atividades pedagógicas em sala de aula. Ao longo de um mês, após a chegada deste novo acervo às escolas e sob a orientação e acompanhamento de equipe pedagógica, alunos e professores desenvolvem atividades culturais e educacionais.

A partir deste encontro com a literatura, são criados, pelos próprios alunos, desenhos, pinturas, maquetes, dramatizações, dentre outras manifestações que são apresentados, presencialmente, aos próprios autores dos livros em um evento de três dias de duração – a Flipiri Mirim, que neste ano aconteceu entre 5 e 7 de junho.