Flipoços não foge à regra e reflete a crise econômica
PublishNews, Monique Sampaio, 03/05/2016
Em entrevista ao PublishNews, a idealizadora do evento Gisele Corrêa, cita a crise como principal dificuldade

Começou no último sábado e segue até o próximo domingo, a 11ª edição do Festival Literário de Poços de Caldas (Flipoços). O PublishNews esteve no primeiro final de semana do evento e conversou com Gisele Corrêa, idealizadora e coordenadora do Flipoços. Gisele comentou que teve muitas dificuldades para levantar o evento nesse ano e cogitou até o cancelamento do evento, como aconteceu com a Jornada Literária de Passo Fundo (RS) no ano passado e, mais recentemente, o Festival da Mantiqueira, que era tradicionalmente realizado no distrito de São Francisco Xavier, no interior paulista. Em 2016, o Flipoços perdeu o patrocínio como o da Petrobrás, que esteve por oito anos com o evento, do BNDES e dos Correios. Com isso, Gisele teve que redimensionar o festival. “Se nos outros anos tínhamos em média de 80 a 100 autores, em 2016 contaremos com 56”, comentou. Clique no Leia Mais e veja a íntegra da entrevista com Gisele Corrêa.

PublishNews: Você pode comentar um pouco como surgiu o Flipoços?

Gisele: O Flipoços teve início no ano de 2006, e foi muito bem recebido pelo público da cidade de Poços de Caldas. Acredito que muito do sucesso do evento se deve ao fato de que aqui existe uma atmosfera literária, um ar cultural muito importante.

PublishNews: O Flipoços, então, já faz parte da vida da cidade....

Gisele: Sim... É como se a população ansiasse por isso há muito tempo. Esse ano apesar das dificuldades que enfrentamos, tivemos apoio dos hotéis, restaurantes e algumas empresas privadas de Poços de Caldas. O Flipoços é o único evento em um um raio de 150 km e 80 cidades da região.

PublishNews: Além do festival, acontece também a Feira Nacional do Livro, não é?

Gisele: Sim... O Flipoços é, na verdade, a junção de dois eventos que acontecem simultaneamente: O Festival Literário de Poços de Caldas e a Feira Literária de Poços de Caldas. A feira é diversa e preza o conteúdo e qualidade desde sua primeira edição. Esse ano com a implementação do Vale Livros [5 mil alunos de 44 escolas de 16 municípios da região receberam vouchers no valor de R$ 20 para compra de livros nos estandes da feira], a Feira do Livro tornou-se ainda mais atrativa.

Crianças passeiam pelos corredores da Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas, que acontece em paralelo ao Flipoços | © Divulgação
Crianças passeiam pelos corredores da Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas, que acontece em paralelo ao Flipoços | © Divulgação

PublishNews: O Brasil passa por um ano de crise econômica. Quais foram as dificuldades que o Flipoços enfrentou nesse cenário?

Giseli: Quanto à feira não tivemos grandes problemas. Em fevereiro as livrarias e editoras já estavam quase todas confirmadas. Já quanto ao festival, perdemos parceiros de longa data, como a Petrobrás, que nos patrocinava há oito anos, o BNDES e os Correios. Sem eles e sem patrocínio, cogitamos, em fevereiro, o cancelamento do evento. Felizmente, devido aos esforços conjuntos que fizemos junto à empresas privadas conseguimos realizar o Flipoços.

PublishNews: Em que isso afetou o evento, concretamente?

Gisele: Conseguimos levantar o evento, entretanto, o porte desse ano será menor. Se nos outros anos tínhamos em média de 80 a 100 autores, em 2016 contaremos com 56.

[02/05/2016 23:23:32]