Saiba quais os planos da Houghton Mifflin para o Brasil
PublishNews, Leonardo Neto, 13/10/2014
Executivo da editora número 15 no ranking global de editoras fala dos planos para o Brasil

O PublishNews contou, em agosto, que três executivos da Houghton Mifflin Harcourt (HMH) desembarcaram no Brasil em busca de novas oportunidades no mercado brasileiro. Tim Cannon, vice-presidente executivo para alianças estratégicas globais, fazia parte da comitiva. Agora, o executivo concedeu entrevista ao PublishNews na qual contou quais os planos da editora número 15 do Ranking Global para o Brasil. Cannon detectou que o País tem um potencial nas áreas de conteúdo digital e serviços para escolas internacionais e bilíngues. E é esse mercado que a editora quer explorar. “Estamos animados com o potencial de tecnologia para ajudar a transformação do aprendizado de forma a garantir o sucesso dos estudantes nesta era digital”, comentou. Para alcançar estes objetivos, Cannon quer contar com parceiros brasileiros para desenvolver vendas, distribuição, tradução e adaptação dos produtos já ofertados pela HMH. “Recentemente trabalhamos com uma empresa de ensino local, Planeta Educação, para criar uma versão traduzida e localizada de nosso programa líder de mercado ScienceFusion para 1ª – 5ª série, que será lançado em outubro de 2014”, exemplificou o executivo. Leia abaixo a íntegra da entrevista concedida por Cannon ao PublishNews.

PublishNews - Como muitas outras editoras internacionais, a Houghton Mifflin vê o Brasil como um mercado promissor. Quais são seus planos para o Brasil?

Tim Cannon - O mercado brasileiro apresenta uma enorme oportunidade para a HMH nas áreas de conteúdo digital e serviços para escolas internacionais e bilíngues e em soluções digitais localizadas em parceria com fornecedores locais. Estamos animados com o potencial de tecnologia para ajudar a transformação do aprendizado para garantir o sucesso dos estudantes nesta era digital. Como uma empresa global voltada para o ensino, apresentamos um bom número de elementos ao mercado brasileiro, incluindo conteúdo educativo interessante, baseado em pesquisas nos assuntos centrais como matemática, ciência e leitura. Além disso, oferecemos soluções digitais, serviços profissionais e sistemas de gerenciamento de dados como edFusion que facilitam análises e relatórios de dados em tempo real. Também estamos trazendo parcerias estratégicas com líderes da indústria e de tecnologia incluindo Apple, Google, Intel e Microsoft, além de marcas que são ícones como Curious George e Carmen Sandiego, games conhecidas entre estudantes, educadores e pais de todo o mundo. Nosso objetivo é aumentar o conhecimento da marca e as vendas, primeiro através de um modelo de parceria – identificar parceiros locais estratégicos que possam complementar nossa competência comprovada e eficiente em conteúdo educacional, além de serviços profissionais com conhecimento local e relacionamentos. Abrimos recentemente um escritório em São Paulo, e expandimos nossa equipe local para aumentar a presença no país.

PN - Que tipo de parceiras vocês procuram no mercado editorial e entre os distribuidores/livrarias brasileiras?

TC - Parceiros locais são parte integral de nossa estratégia – eles fornecem conhecimentos incomparáveis, um forte canal de vendas e a capacidade de trabalhar conosco para desenvolver estratégias de mercado apropriadas. Nosso objetivo é ter parcerias não só com empresas editoriais locais, mas também com empresas de tecnologia de educação e escolas particulares. Estamos procurando parceiros fortes para trabalhar conosco em vendas e distribuição, tradução e adaptação local, assim como desenvolvimento conjunto de produtos baseados nas peculiaridades locais. Por exemplo, recentemente trabalhamos com uma empresa de ensino local, Planeta Educação, para criar uma versão traduzida e localizada de nosso programa líder de mercado ScienceFusion para 1ª – 5ª série, que será lançado em outubro de 2014.

PN - Há planos para uma operação editorial no Brasil com as marcas da Houghton Mifflin, como joint-venture ou sozinha?

TC - Neste momento estamos focados em parcerias que permitirão alavancar o conhecimento local para desenvolver produtos localizados baseados na qualidade pelo qual o conteúdo educacional da HMH é conhecido.

PN - Uma recente pesquisa realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a pedido da CBL e do SNEL, mostrou que o lucro do mercado editorial cresceu 7,52% de 2012 a 2013. O crescimento aconteceu quase exclusivamente graças às compras do governo que chegaram a R$ 1,47 bilhão em 2013. Isso representa 27,51% do lucro das editoras neste ano. A Houghton Mifflin deve conhecer estes números. Quais são os objetivos da Editora no mercado governamental e quais ações poderiam ser tomadas?

TC - A HMH contribui com conhecimento e experiência significativos em adoções pelo governo dentro e fora dos EUA. Nosso objetivo no Brasil é trabalhar com o governo e não apenas com o Ministério da Educação, também com estados e municípios.

[13/10/2014 00:00:00]