De grão em grão
PublishNews, Leonardo Neto, 25/04/2014
Livreiros argentinos fazem gambiarra para importar livros

As reservas de dólares da Argentina estão no vermelho já há bastante tempo. Na tentativa de recuperar, o Governo tem tomado medidas, desde 2011, que desestimulam a importação de qualquer coisa, inclusive de livros. Uma das medidas obriga que para cada dólar importado, o importador exporte outro dólar, mantendo assim o equilíbrio na balança comercial. O que os importadores de livros têm feito é uma verdadeira gambiarra para conseguir livros produzidos fora do país. A Kel, por exemplo, cujo slogan é Books in English for everyone tem exportado grãos para poder importar livros. “Importar livros na Argentina é uma verdadeira aventura”, conta Horácio Villar, gerente de contas da Kel. “Somos importadores de livros, mas temos que exportar grãos”, disse indignado ao PublishNews. Para isso, Villar faz parcerias com exportadores. “Para cada US$ 1 que eu exporto através desses parceiros, eu só recebo US$ 0,90”, conta. Villar pontua ainda que a medida não surtiu o efeito desejado: “a intenção era aumentar as exportações. O que não aconteceu. O que aconteceu foi subir os preços ainda mais de produtos importados”. E Villar tem mesmo razão. De acordo com dados da Câmara Argentina do Livro (CAL), em 2011, o mercado de livros importou US$ 117 milhões. O volume caiu para US$ 64 mil em 2012 e para U$ 52 mil no ano passado. As exportações, no entanto, não cresceram como era de se esperar. Em 2011, saíram do país US$ 41 milhões em livros; em 2012, US$ 43 milhões e no ano passado, US$ 30 milhões.

[25/04/2014 00:00:00]