Começou ontem, na capital do Tâmisa, a Feira Internacional do Livro de Londres (LBF). Em 2013 o pessimismo em relação ao futuro da indústria jogou uma atmosfera rather gloomy na Feira, com Amazon indo a julgamento, campanhas sendo lançadas para salvar livrarias de tijolo e os resquícios de crise ainda pairando no ar. Mas com Amazon se instalando confortavelmente no mercado editorial inglês, novos varejistas no mercado, americanos com agenda cheia e o novo giga-player do mercado, a PRH, a Feira de 2014 começa mais confiante – apesar do ano ter começado com a notícia de uma queda de £100 milhões na venda de livros físicos em 2013.
PRH no digital
Por falar em PRH, a nova empresa, que vinha mantendo sigilo sobre seus planos no ramo digital, lançou na última segunda-feira uma nova iniciativa durante a conferência Digital Minds, que tradicionalmente antecede a LBF. A “Minha Livraria Independente” é uma nova plataforma social, que permite aos leitores montarem suas próprias “livrarias online”, com recomendações de leitura e estantes de livros.
É uma tentativa de abordar o problema – famigerado, ainda que sem nomenclatura decente – da ‘descobertabilidade’, ou seja, a tendência do aumento desenfreado do comércio eletrônico de livros junto ao fato de que os leitores não “descobrem” suas próximas leituras nas lojas online, e sim por meio de recomendações ou em livrarias físicas. Segundo o Bookseller (cuja edições especiais da LBF podem ser lidas gratuitamente no site), os leitores poderão comprar os livros das “livrarias independentes” pela Hive, braço de e-commerce da varejista Gardners, conectada a 350 livrarias independentes no Reino Unido.
Em suma, a ideia é boa e poderia finalmente levar livrarias independentes a fazerem as pazes com o e-commerce, mas por enquanto a iniciativa existe apenas em Beta, e só o tempo dirá se se trata de mais uma plataforma de recomendação de livros – como a própria Penguin já tentou com o Bookish, que não chegou a decolar – ou se é uma saída para o discoverability conundrum.