Uma conferência para quem coloca a mão na massa. Essa é a proposta da Conferência Revolução eBook, que acontece hoje em São Paulo. Os palestrantes, que trabalham diretamente com e-books, compartilharam esta manhã seus conhecimentos sobre melhores práticas e trocaram experiências com os participantes.

Durante a mesa de abertura, José Fernando Tavares, da Simplíssimo, fez um apanhado geral sobre as tecnologias mais utilizadas atualmente e ressaltou a importância do HTML 5. Já Camila Cabete, da Kobo, comentou sobre o o cenário dos e-books hoje no Brasil. Ela explicou que o livro digital tem crescido mais do que o esperado e, hoje, 5% das vendas das grandes editoras é digital. Camila também insistiu para que os editores prestem atenção às necessidades do leitor, pois, se por um lado existem editores que ainda não se adaptaram ao digital, outros procuram fazer algo tão mirabolante, animado e interativo que se esquecem que tudo o que seu cliente quer é ter acesso ao conteúdo em seu celular, e-reader ou tablet. "Alguns editores estão preocupados com o futuro e não estão vendo o presente", afirmou.

A conferência conta também com diversas mesas e workshops de teor técnico voltados especificamente para os profissionais do livro digital, que trouxeram cases e práticas de editoras como a Cosac&Naify, Rocco, Intrínseca e Zahar. As mesas tratam sobre diversos temas como as tecnologias de programação, publicação e design de ebooks.

Eduardo Melo, da Simplíssimo, revelou ao PublishNews que o resultado do evento está sendo extremamente positivo. O evento foi divulgado apenas nos meios especializados do setor, e mesmo assim encheu. "As editoras se identificaram com a proposta de fazer algo prático, que seja útil no dia a dia de seus profissionais", afirmou. Para o ano que vem a Simplíssimo pretende fazer um evento semelhante, no primeiro semestre, mas focado mais no mercado do livro, em geral. Embora o tema seja diferente, a proposta será a a mesma: a troca de práticas, experiência e workshops sobre o tema.

Uma das participantes da conferência, Alessandra P. Stradiotto, da Murano Editorial Design, afirmou que a conferência está sendo muito útil ao dar um panorama de como as pessoas veem o mundo digital, mas ela crê que ainda existe um "culto ao impresso" que ainda impede que as editoras façam as mudanças na velocidade necessária. "Creio que o maior problema enfrentado por nós no mercado editorial hoje seja criação de conteúdo voltado pro nativo digital. E os profissionais da maior parte das editoras não são nativos digitais", explicou.