Num prédio que pode ou não existir, as pessoas se acumulam em um vasto saguão, na fila por um elevador. É o Edifício Midoro Filho, um marco imponente no centro da cidade. Conforme se espalham pelos corredores, funcionários e visitantes ocupam as salas burocraticamente decoradas dos oneiros. Cada oneiro atende sempre as mesmas pessoas. Elas não podem se conhecer e tampouco manter algum parentesco. Mas o sistema não é infalível, e, naquela manhã, o oneiro percebe que o rapaz diante de si é filho de uma de suas clientes. Conforme conduz a sessão de sonhos, oferecendo ao rapaz as miniaturas plásticas que servirão de guia durante seu torpor, o oneiro decide não comunicar à administração sobre o erro. A partir desse equívoco, ele abandonará cada vez mais seu rigoroso código de conduta. Essa é a trama de As miniaturas (Companhia das Letras, 136 pp., R$ 34), livro escrito por Andréa Del Fuego.






