Um escritor português especialista em Papas, um Imortal da ABL, uma monja, cartunistas renomados, autores independentes etc. A lista se estende nesse melting pot cultural – que é na verdade uma grande panela mineira. A Flipoços, que começou no último sábado na cidade “sulfurosa” de Poços de Caldas, reúne uma programação eclética e se destaca cada vez mais na agenda cultural do Sul de Minas. Cerca de 60 expositores, entre eles grandes editoras como a Cortez, Senac e Global, ajudam a lotar o Teatro da Urca, onde são esperados cerca de 50 mil visitantes ao longo dos nove dias (o evento segue até este domingo).
A feira tem um caráter regional e atrai visitantes de cerca de 80 cidades do entorno, um pólo não apenas cultural, como comercial também. Em 2012 foram comercializados em cerca de R$ 800 mil, segundo Gisele Corrêa Ferreira, coordenadora da Feira. “É uma oportunidade para as editoras e para a população do entorno, pois há cidades que possuem pouquíssimas ou nenhuma livraria”, explica Corrêa. Em Poços mesmo, são apenas 3 livrarias, segundo a coordenadora.
Apesar da importância que a feira vem ganhando, Gisele Corrêa ainda vê uma limitação por parte das empresas na hora da organização, e manda um recado aos produtores culturais: “Temos que começar a fazer um movimento em relação às leis de incentivos. Muitas empresas desconhecem esse mecanismo importante de investimento em cultura, e as que sabem não olham para eventos de interior, se preocupam apenas com eventos de grande repercussão”.
Em 2014 a Flipoços homenageará a cultura popular brasileira. O caráter regional da feira abrirá então espaço para manifestações culturais – não apenas literárias – de vários estados, como a Congada, Folia de Reis, Boi Bumbá, Maracatu etc. “Vamos trazer um pouquinho de cada estado, trazer essas culturas para dentro do encontro, ver como somos tão peculiares e diversos”, afirma Corrêa.