No ano de 1938, Hermann Broch foi preso pela Gestapo. Durante as cinco semanas de cárcere, o escritor, judeu e austríaco, começou a conceber A morte de Virgílio (Benvirá, 512 pp., R$ 49,90 – Trad. Herbert Caro). Na obra, o autor recria as dramáticas últimas dezoito horas de vida de Virgílio, um dos maiores poetas da literatura clássica latina, durante as quais ele cogita destruir a Eneida, a obra de sua vida. O romance é construído por meio de sonhos, pensamentos e falas do próprio poeta, como se fosse um complexo fluxo de consciência, que delineia os dramas existenciais e estéticos do artista diante da morte.