A segunda semana de agosto tem sido uma das mais agitadas no mercado editorial brasileiro. Além do início da Bienal nesta quinta-feira e o encontro da associação dos livreiros, ela marca a chegada da Feira de livros de Frankfurt ao Brasil, que anunciou ontem a abertura de um escritório em São Paulo em 2013 e os planos de transformar a Contec em um evento anual.
A Contec buscará promover um ambiente educativo e um espaço de discussão, importando o modelo alemão – com 3 dias reservados para profissionais e 2 dias aberto ao público – mas também com palestras sobre os temas educação, tecnologia, crossmedia, alfabetização e conteúdo.
Juergen Boos, CEO da Frankfurter Buchmesss, falou com o Publishnews sobre os motivos para abrir uma filial no Brasil “O Brasil tem um enorme mercado interno, com quase 200 milhões de pessoas, tem um grande mercado editorial, mas muito focado no ‘local’, não tem contatos internacionais ainda, e é onde eu acho que nós podemos ter um papel importante: trazendo esse contato internacional”.
A Feira de Frankfurt tem escritórios da Rússia à India, sempre buscando promover a língua e cultura alemãs, mas não apenas isso. “Nosso objetivo também é apoiar o mercado editorial no mundo”, declara Juergen. “São várias atividades, que gravitam em torno da indústria editorial, mas que também abordam indústria de jogos, filmes, televisão etc. e tudo isso visando a educação do setor”.
Um dos objetivos principais da Feira no Brasil é promover o mercado editorial, capacitando e treinando os profissionais da área. Em outros países, como na Índia por exemplo, a Feira realiza cursos em conjunto com universidades. “Gostaríamos de trabalhar com uma universidade brasileira também, porque eu acredito que tudo que fazemos deve ser local. Nós podemos trazer nossa expertise, mas devemos contar com profissionais do mercado local.”
Sobre as dificuldades de se ter, de um lado, um mercado crescendo consistentemente e, por outro, problemas com falta de leitores e analfabetismo funcional, o CEO comentou: “De um lado, está explodindo, mas do outro lado, depende muito de quem está por trás apoiando o mercado”.
