Família brasileira gasta 0,4% da renda familiar em livros não didáticos
PublishNews, Iona Teixeira Stevens, 07/08/2012
Pesquisa aponta que, em 6 anos, a proporção de domicílios que adquiriu livros não didáticos aumentou apenas 0,63%

Foi publicada hoje a Pesquisa LOF – O Livro no Orçamento Familiar, que utiliza dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2008-2009. Essa é a segunda edição da pesquisa, realizada pela primeira vez com os dados da POF 2002-2003.

Em comparação a 2002-2003, caiu a proporção de domicílios que adquiriram algum material de leitura, de 40,66% para 36,16%. Considerando apenas livros não didáticos, o aumento foi um mero 0,63 ponto percentual, passando de 7,47% a 8,10%. Vale notar que a definição utilizada de livros não didáticos inclui livros religiosos, técnicos e dicionários.

O item “material de leitura” inclui jornais, revistas, fotocópias, apostilas, bibliotecas, livros religiosos, livros não didáticos, didáticos e técnicos, assim como dicionários. Foram considerados também três outros grupos de despesas: lazer dentro de casa, que inclui aparelhos, manutenção e compra ou aluguel de conteúdo (fitas, discos, CDs, softwares, jogos, etc.) de televisão, som, video, dvd, informática, jogos eletrônicos, etc. Telefonia Celular (compra e manutenção de aparelhos, assinatura, cartões). Lazer fora de casa (excluindo idas a restaurantes e viagens).

Material de leitura representa 0,4%, 0,1 ponto percentual a menos que em 2002-2003, continuando atrás de material de lazer dentro de casa, que representa 2,0% (era 1,8% em 2002-03) e telefonia, que passou de 0,8% em 2002-2003 para 1,3%. Material de lazer fora de casa também caiu, passando de 0,6% para 0,5% em 6 anos.

O valor médio anual gasto por família com a compra de todos os tipos de Material de Leitura era pouco menos de R$ 160,00 em 2002-2003 (a preço de janeiro de 2009). Esse valor caiu para R$ 130,00, enquanto o gasto com os equipamentos de TV, vídeo etc. era de R$ 563,38 e subiu para R$ 665,0. Os gastos com telefonia passaram de quase R$ 260,00 para R$ 425,00. No total, os gastos com material de leitura cairam quase 4,0%, o que significa uma diminuição de R$ 7,75 bilhões em 2002-2003 ara R$ 7,45 bilhões em 2008-2009.

A renda familiar cresceu 4,4% no intervalo, em termos reais. Mesmo assim, houve queda no valor médio anual despendido por família com material de leitura como um todo (queda de 19,4%) e livros em particular (queda de 12,3%). Gasto com telefonia foi o item da pesquisa que mais cresceu: 65,4%, enquanto o lazer dentro de casa cresceu 17,8% e o lazer fora de casa caiu 11,7%. Segundo o relatório da Lof:

Apesar das alegadas influências da baixa renda e escolaridade da população brasileira, tradicionalmente utilizadas como justificativa para o pequeno consumo de livros no Brasil, estes fatores não bastam para, por si só, explicarem porque famílias com renda familiar e escolaridade elevada não consomem livros. A pesquisa de 2008-2009 corrobora estes achados. Existia a possibilidade de que com o aumento da renda média brasileira houvesse uma canalização de parte desta renda para o consumo de material de leitura. Tal não se verificou.[...] Surpreendentemente, no período, quando se desagregam as famílias por estratos socioeconômicos (renda ou escolaridade), há uma ligeira melhora nos estratos mais pobres e menos escolarizados e uma sensível no estrato mais afluente. É possível que a queda neste grupo possa ser atribuída, em parte, à migração para outros suportes de leitura não percebidos pela POF.

A LOF 2009 foi encomendada pela Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL), a Associação Estadual de Livrarias do Rio de Janeiro (AEL), Associação Nacional de Livrarias (ANL), Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL).

[07/08/2012 00:00:00]
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